FBI alerta sobre "diáspora" de membros do EI após avanços
"Nem todos vão morrer no campo de batalha na Síria e Iraque. Haverá uma diáspora de terroristas como nunca vimos antes"
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2016 às 17h30.
Washington - O diretor do FBI , James Comey, alertou nesta terça-feira sobre a possibilidade de uma "diáspora" de terroristas do Estado Islâmico (EI) à medida em que o grupo perde territórios na Síria e no Iraque pelo avanço da campanha militar realizada em conjunto por diferentes países.
"Nem todos vão morrer no campo de batalha na Síria e Iraque. Haverá uma diáspora de terroristas como nunca vimos antes e ocorrerá nos próximos dois anos", afirmou Comey durante uma audiência que durou horas no Comitê de Segurança Nacional do Senado dos EUA.
"Devemos nos preparar, nós e nossos aliados na Europa Ocidental, para fazer frente a essa ameaça. Quando o Estado Islâmico for reduzido a uma insurgência, os assassinos tratarão de vir para Europa Ocidental e tentarão matar gente inocente", disse Comey.
Quem também participou da audiência foi o secretário de Segurança Nacional, Jeh Johnson, que afirmou que essa diáspora já começou.
"Estamos cutucando uma colmeia. Causamos algum prejuízo, mas as abelhas assassinas seguem deixando a colmeia. Eles estão criando novas colmeias", comparou Johnson.
Apesar da possibilidade de os terroristas estarem se dirigindo ao Ocidente, os senadores consideraram mais preocupante o fato de o FBI não ter identificado o homem responsável pelo ataque contra uma boate em Orlando (Flórida) em junho, que deixou 49 mortos.
O americano de origem afegã Omar Seddique Mateen, autor do atentado e também morto no ataque, tinha sido investigado duas vezes pelo FBI por sua possível vinculação a grupos terroristas.
"Me preocupa que o FBI não seja capaz de admitir que cometeu alguns erros", criticou o senador republicano Rand Paul, que se candidatou às eleições primárias do partido, mas acabou deixando a disputa muito antes da indicação de Donald Trump.
Com a operação "Determinação Inerente" e comandando uma aliança internacional, os EUA começaram há dois anos sua campanha de bombardeios contra o Estado Islâmico.
Os republicanos questionaram a efetividade da ofensiva. Trump chegou a acusar o presidente dos EUA, Barack Obama, e a candidata democrata ao cargo, Hillary Clinton, de serem os "fundadores" do grupo terrorista.