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Farc dizem que conversa não pode ser retomado tão facilmente

Guerrilha disse que o processo de paz na Colômbia não poderá ser retomado tão facilmente

Manifestante durante protesto a favor das negociações de paz entre o governo da Colômbia e as Farc, em Bogotá (John Vizcaino/Reuters)

Manifestante durante protesto a favor das negociações de paz entre o governo da Colômbia e as Farc, em Bogotá (John Vizcaino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2014 às 15h54.

Bogotá - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) disseram que o processo de paz na Colômbia não poderá ser retomado tão facilmente depois que o presidente do país, Juan Manuel Santos, suspendeu as negociações após a captura de um general.

As negociações entre o governo e as Farc, em Havana, mergulharam em sua pior crise em dois anos depois que o presidente adiou as conversas até a libertação do general Rubén Darío Alzate e outras duas pessoas retidas em uma área de floresta.

Os rebeldes afirmam que a decisão de Santos minou a confiança construída entre as partes durante as negociações para acabar com o conflito armado.

Com a mediação dos países patrocinadores do processo de paz, Cuba e Noruega, os guerrilheiros concordaram na semana passada em libertar essas pessoas e dois outros soldados que haviam sido capturados anteriormente para retomar o processo de paz, que busca acabar com uma luta de 50 anos que já deixou mais de 200.000 mortos.

"O presidente, com sua suspensão, virou o tabuleiro onde jogávamos o jogo, quebrou a confiança. As coisas não podem continuar assim, várias considerações serão necessárias", disse o líder da guerrilha, Rodrigo Lodoño, conhecido como "Timoshenko", em um comunicado divulgado nesta segunda-feira.

Da clandestinidade, o líder guerrilheiro disse que Santos violou o acordo original de manter "conversas diretas e ininterruptas" em meio ao conflito.

As Farc disseram que os dois soldados serão entregues na terça-feira ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Mas alertaram que a libertação do general está sob risco devido às operações militares de resgate ordenadas por Santos na região.

"Assim como acontece na mesa e no processo, Santos determina os protocolos, mas insiste em tomar pela força os prisioneiros, dificultando objetivamente o cumprimento destes", disse "Timoshenko".

Apesar de estar na mesa de negociações, as partes continuam a manter um confronto armado nas selvas e montanhas da Colômbia porque Santos se recusa a concordar com um cessar-fogo bilateral como pediram os guerrilheiros, argumentando que os rebeldes poderiam usá-lo para tirar vantagem militar ou obstruir o diálogo.

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