Farc diz que libertará jornalista caso se debata imprensa
O condicionamento da liberdade de Langlois foi rejeitado imediatamente pelos principais meios de comunicação colombianos em editoriais de seus noticiários da tarde
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2012 às 17h13.
Bogotá - A libertação do jornalista francês Romeo Langlois, em poder das Farc desde 28 de abril, foi condicionada a um "amplo debate" sobre a cobertura do conflito armado na Colômbia, o que provocou a rejeição imediata da imprensa no país.
"Romeo Langlois vestia roupas militares do Exército regular em meio a um combate. Acreditamos que o mínimo que se pode esperar para a recuperação de sua plena mobilidade é a abertura de um amplo debate nacional e internacional sobre a liberdade de informar", disse o secretariado (comando central) da guerrilha em um comunicado fechado, dia 3 de maio, e enviado nesta segunda-feira a vários meios de comunicação colombianos.
Esta é a primeira declaração que a direção das Farc faz sobre Langlois, que ficou em poder da guerrilha quando realizava uma reportagem em Caquetá (sul) sobre operações de combate às drogas para o canal France 24 e a patrulha militar com a qual se deslocava foi atacada por rebeldes.
Langlois, de 35 anos, foi ferido no braço em meio ao combate e se entregou aos guerrilheiros, se identificando como civil, depois de tirar o colete a prova de balas e o capacete que o Exército tinha oferecido, segundo testemunhos de soldados que o acompanhavam.
O comunicado diz que Langlois foi detido "na qualidade de prisioneiro de guerra" e que "os jornalistas que as Forças Armadas colombianas levam com eles em suas operações militares não cumprem com o propósito imparcial de informar sobre a realidade, mas sim manipulá-la para servir ao projeto de guerra contra o povo colombiano".
O condicionamento da liberdade de Langlois foi rejeitado imediatamente pelos principais meios de comunicação colombianos em editoriais de seus noticiários da tarde, que enfatizaram que não se pode debater sobre os "limites da imprensa".
"É inaceitável. Uma coisa é debater (sobre o jornalismo) e outra é condicionar a liberdade dele", disse à AFP, Andrés Morales, diretor da Federação para a Liberdade de Imprensa (Flip).
Apesar de ter sido redigido na quinta-feira, o comunicado foi divulgado depois que um guerrilheiro da Frente 15 das Farc, que se identificou como Ancizar, conhecido como Monazo, declarou em um vídeo que sua unidade está com Langlois, confirmou sua condição de jornalista francês e disse que espera "que superemos em breve este impasse".
Pouco depois da divulgação do vídeo, a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, que dirige o grupo Colombianos e Colombianas pela Paz e desde 2008 mediou a libertação de 30 reféns das Farc, se mostrou confiante de que Langlois será libertado em breve.
"Estamos muito confiantes de que (...) ele será entregue a seus familiares de maneira rápida e que isso contribuirá cada vez mais para dar credibilidade ao processo de construção da confiança", disse Córdoba a jornalistas.
Em fevereiro, as Farc, principal guerrilha da Colômbia, com mais de 45 anos de luta armada, se comprometeu a por fim ao sequestro de civis com fins de extorsão.
Bogotá - A libertação do jornalista francês Romeo Langlois, em poder das Farc desde 28 de abril, foi condicionada a um "amplo debate" sobre a cobertura do conflito armado na Colômbia, o que provocou a rejeição imediata da imprensa no país.
"Romeo Langlois vestia roupas militares do Exército regular em meio a um combate. Acreditamos que o mínimo que se pode esperar para a recuperação de sua plena mobilidade é a abertura de um amplo debate nacional e internacional sobre a liberdade de informar", disse o secretariado (comando central) da guerrilha em um comunicado fechado, dia 3 de maio, e enviado nesta segunda-feira a vários meios de comunicação colombianos.
Esta é a primeira declaração que a direção das Farc faz sobre Langlois, que ficou em poder da guerrilha quando realizava uma reportagem em Caquetá (sul) sobre operações de combate às drogas para o canal France 24 e a patrulha militar com a qual se deslocava foi atacada por rebeldes.
Langlois, de 35 anos, foi ferido no braço em meio ao combate e se entregou aos guerrilheiros, se identificando como civil, depois de tirar o colete a prova de balas e o capacete que o Exército tinha oferecido, segundo testemunhos de soldados que o acompanhavam.
O comunicado diz que Langlois foi detido "na qualidade de prisioneiro de guerra" e que "os jornalistas que as Forças Armadas colombianas levam com eles em suas operações militares não cumprem com o propósito imparcial de informar sobre a realidade, mas sim manipulá-la para servir ao projeto de guerra contra o povo colombiano".
O condicionamento da liberdade de Langlois foi rejeitado imediatamente pelos principais meios de comunicação colombianos em editoriais de seus noticiários da tarde, que enfatizaram que não se pode debater sobre os "limites da imprensa".
"É inaceitável. Uma coisa é debater (sobre o jornalismo) e outra é condicionar a liberdade dele", disse à AFP, Andrés Morales, diretor da Federação para a Liberdade de Imprensa (Flip).
Apesar de ter sido redigido na quinta-feira, o comunicado foi divulgado depois que um guerrilheiro da Frente 15 das Farc, que se identificou como Ancizar, conhecido como Monazo, declarou em um vídeo que sua unidade está com Langlois, confirmou sua condição de jornalista francês e disse que espera "que superemos em breve este impasse".
Pouco depois da divulgação do vídeo, a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, que dirige o grupo Colombianos e Colombianas pela Paz e desde 2008 mediou a libertação de 30 reféns das Farc, se mostrou confiante de que Langlois será libertado em breve.
"Estamos muito confiantes de que (...) ele será entregue a seus familiares de maneira rápida e que isso contribuirá cada vez mais para dar credibilidade ao processo de construção da confiança", disse Córdoba a jornalistas.
Em fevereiro, as Farc, principal guerrilha da Colômbia, com mais de 45 anos de luta armada, se comprometeu a por fim ao sequestro de civis com fins de extorsão.