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FAO pede US$ 120 mihões em ajuda para o Chifre da África

O objetivo é levar auxílio à agricultura diante da grave seca que atinge a região

Ao todo, 12 milhões de pessoas no Chifre da África precisam de ajuda urgente (Mustafa Abdi/AFP)

Ao todo, 12 milhões de pessoas no Chifre da África precisam de ajuda urgente (Mustafa Abdi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2011 às 15h02.

Roma - A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) pediu nesta quarta-feira à comunidade internacional US$ 120 milhões para levar ajuda à agricultura diante da grave seca que atinge o Chifre da África.

Em nota, a FAO advertiu que a fome causou a morte de milhares de pessoas na Somália "e a situação pode piorar se não forem adotadas medidas urgentes".

"Centenas de pessoas morrem por dia, se não atuarmos agora morrerão muitas mais. Trata-se de uma tragédia humana de dimensões gigantescas. Temos de aumentar os investimentos e intervenções para ajudar os agricultores e suas famílias a proteger as plantações e continuarem produzindo alimentos", explicou o diretor da FAO, Jacques Diouf.

Para abordar a crise na região, a FAO pediu US$ 70 milhões para Somália e U$ 50 milhões para Etiópia, Quênia, Djibuti e Uganda, e acrescentou que não se pode esquecer a crise humana no Sudão e na República do Sudão do Sul, para as quais solicitou US$ 37 milhões.

Os US$ 70 milhões na Somália servirão para financiar programas de dinheiro por trabalho, abastecimento de insumos agrícolas e serviços veterinários de emergência para o gado.

Pelos dados da FAO, o número de somalis que precisam de ajuda aumentou de 2,4 milhões para 3,7 milhões nos últimos seis meses. Ao todo, 12 milhões de pessoas no Chifre da África precisam de ajuda urgente.

O organismo das Nações Unidas lembrou que para enfrentar a emergência está prevista uma reunião internacional em Roma no dia 25 de julho e acrescentou que antes disso Diouf vai viajar a Nairóbi com o ministro de Agricultura francês, Bruno Le Maire, e a diretora do Programa Mundial de Alimentos (PAM), Josette Sheeran.


A FAO explicou que ajudou os camponeses e criadores de gado somalis com insumos agrícolas e serviços veterinários, mas a seca originada por diversas temporadas sucessivas com poucas chuvas reduziu a produção agrícola e aniquilou o plantel dos criadores de gado.

A atual crise afeta toda região do Chifre da África, incluída a área setentrional do Quênia e partes do sul da Etiópia, Djibuti e a região de Karamoja em Uganda, onde amplas regiões estão classificadas em estado de emergência humanitária.

Em outro comunicado, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU eleva à categoria de "nível mais elevado de ação" a emergência humanitária que causou a seca no Chifre da África e expressa sua "preocupação diante da possibilidade que se estendam as perdas de vidas".

Entre as opções do PMA para assistir à população afetada no Chifre da África está prevista a distribuição de avião em pontos estratégicos do sul da Somália de biscoitos energéticos e suplementos alimentares altamente nutritivos, principalmente para as crianças e as mulheres grávidas ou em período de lactação.

"O PMA com a ajuda de muitos aumentou sua ação e atuou sobre os efeitos desta seca durante mais de 6 meses", assinala Sheeran na nota.

"Seu calado e extensão, junto da incapacidade das agências humanitárias para chegar às áreas afetadas, elevou a situação à categoria de emergência alimentícia e nutricional com todas as letras, que requer um rápido aumento de ação", acrescenta.

O PMA assinalou que a declaração de crise de fome em duas regiões do sul da Somália feita nesta quarta-feira pela ONU vai permitir aumentar a ação nesta zona do continente africano.

"O PMA está disposto a negociar com os comitês contra a seca para afirmar as condições de segurança apropriadas para nossa equipe para que a comida e os suplementos alimentícios cheguem aos mais vulneráveis, principalmente as crianças", indica Sheeran.

"As operações na Somália estão entre as mais arriscadas do mundo, e o PMA perdeu 14 trabalhadores nessa região desde 2008", reconhece a diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos, quem afirma que não retrocederão em seu empenho de reduzir os perigos dos que trabalham nesse país para ajudar os mais necessitados.

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