Crianças recolhem grãos derramados no solo, no vilarejo sul-sudanês de Nyal (Tony Karumba/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2015 às 11h23.
Roma - A FAO afirmou nesta sexta-feira que é possível eliminar a fome do mundo até 2030 no caso de um investimento de 267 bilhões de dólares anuais nos próximos 15 anos.
"A mensagem do relatório está clara. Se mantivermos o status quo, em 2030 ainda teremos mais de 650 milhões de pessoas morrendo de fome", declarou o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) da ONU, que apresentou em Roma o relatório produzido em conjunto com o Programa Mundial de Alimentos (PAM) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
"Nosso informe considera que a eliminação da fome crônica necessitará de um investimento total de 267 bilhões de dólares ao ano nos próximos 15 anos", ou seja, 160 dólares ao ano para cada pessoa que vive na pobreza, prosseguiu.
"Sabendo que isto é mais ou menos equivalente a 0,3% do PIB mundial, acredito pessoalmente que o preço a pagar para erradicar a fome crônica é relativamente baixo", acrescentou o diretor da FAO.
O informe foi elaborado pelas três agências da ONU especializadas na luta contra a fome e o desenvolvimento agrícola, antes da sessão da Terceira Conferência Internacional sobre o Financiamento em favor do Desenvolvimento, que acontecerá de 13 a 16 de julho de 2015 na capital etíope Adis Abeba.
O diretor propõe investimentos acompanhados de medidas de proteção social, tanto no meio rural quanto no urbano.
As medidas de proteção social teriam um custo de 116 bilhões de dólares ao ano, aos quais se somariam 151 bilhões de dólares anuais para os investimentos em favor dos pobres (105 bilhões para o desenvolvimento rural e a agricultura e 46 bilhões para as zonas urbanas), segundo o documento.
O maior investimento deve normalmente ser proveniente do setor privado, mas ele deve ser completado com investimentos suplementares do setor público nas infraestruturas rurais, no transporte, na saúde e na educação, consideram as três agências.