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Famílias separadas nos EUA estão, enfim, perto da união

Milhares de famílias foram separadas ao tentar entrar ilegalmente no país pela fronteira com o México, provocando reações de entidades de direitos humanos

Famílias reunidas: Javier, de Honduras, abraça seu filho William, de 4 anos, após serem reunidos depois de 55 dias separados na sequência de sua detenção na fronteira do México com os EUA (Lucas Jackson/Reuters)

Famílias reunidas: Javier, de Honduras, abraça seu filho William, de 4 anos, após serem reunidos depois de 55 dias separados na sequência de sua detenção na fronteira do México com os EUA (Lucas Jackson/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 23 de julho de 2018 às 05h48.

Última atualização em 23 de julho de 2018 às 06h48.

O drama das crianças separadas de seus pais pela política do presidente americano Donald Trump de “tolerância zero” em relação aos imigrantes pode ter um desfecho esta semana nos Estados Unidos.

Milhares de famílias foram separadas ao tentar entrar ilegalmente no país pela fronteira com o México nos últimos meses, provocando reações de entidades de direitos humanos e da comunidade internacional.

No dia 20 de junho, Trump voltou atrás e suspendeu a prática, mas a essa altura cerca de 2.500 famílias já haviam sido separadas: os pais foram considerados criminosos por entrar ilegalmente, e as crianças e adolescentes levadas para abrigos, muitas vezes em outro estado.

No final de junho, o juiz federal Dana Sabraw, da Califórnia, deu ao governo o prazo de até 10 de julho para reunir crianças com menos de cinco anos e seus pais. As demais famílias devem ser reunidas até a quinta-feira desta semana, dia 26, conforme determinou Sabraw. Até agora, cerca de 364 famílias reencontraram seus filhos menores de cinco anos, conforme reportou o governo na semana passada.

Além de impor prazos relacionados às famílias separadas, o juiz Sabraw determinou a suspensão temporária das deportações de famílias reunidas. Ele atendeu a um pedido da organização União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês), que alertou para rumores de um plano do governo de realizar uma deportação-relâmpago em massa das famílias que já estivessem com suas crianças.

A organização argumentou que pais enfrentando uma deportação iminente deveriam ter ao menos uma semana para decidir junto a seus filhos se voltarão aos seus países de origem ou se deixarão as crianças nos EUA para continuar buscando asilo separadamente.

Sabraw suspendeu as deportações até esta segunda-feira, quando realizará mais uma audiência para analisar a ação da ACLU. Ele afirmou que tomará sua decisão definitiva depois das audiências. Na sexta-feira, o juiz convocou advogados do governo para reportar sobre os avanços das reuniões de famílias.

Na semana passada, o ministro de Direitos Humanos do Brasil, Gustavo Rocha, esteve nos EUA para acompanhar a situação de cerca de 50 crianças brasileiras separadas de seus pais. Rocha afirmou que a ação do governo é para possibilitar que as famílias retornem de forma voluntária e não por deportações. Até agora, já se sabe que um menino de sete anos que está em um abrigo em Nova York, separado do pai, que está no Texas, voltará para o Brasil, onde está sua mãe.

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