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Extrema-esquerda atrai grande público antes da eleição francesa

Candidato Mélenchon prometeu um gasto governamental significativamente maior e a adoção de um imposto de 90 por cento sobre os que ganham mais

Jean-Luc Mélenchon: "nós representamos uma França de beleza e generosidade, que começa a cada novo dia ciente de nosso lema -- liberdade, igualdade e fraternidade" (Regis Duvignau/Reuters)
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Reuters

Publicado em 17 de abril de 2017 às 09h30.

Toulouse / Paris - O candidato presidencial francês de extrema-esquerda Jean-Luc Mélenchon atraiu milhares de pessoas a um comício no domingo e espera manter o ímpeto que o levou a subir nas pesquisas na reta final da disputa pela Presidência, a uma semana do primeiro turno da eleição.

Pesquisas de opinião mostram os quatro candidatos principais --Emmanuel Macron, de centro, a líder de extrema-direita Marine Le Pen, o conservador François Fillon e Mélenchon-- a pouca distância uns dos outros antes da votação de 23 de abril desde a arrancada de Mélenchon nas últimas semanas.

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As enquetes indicam que Macron irá derrotar Le Pen, da Frente Nacional, em um segundo turno entre os dois candidatos mais votados no dia 7 de maio.

A possibilidade remota de um segundo turno entre Le Pen e Mélenchon, ambos defensores de um referendo sobre a permanência francesa da União Europeia caso suas tentativas de reformar a UE fracassem, causou preocupação entre alguns investidores, tendo em conta a separação surpreendente do Reino Unido do bloco no ano passado.

Mélenchon prometeu um gasto governamental significativamente maior e a adoção de um imposto de 90 por cento sobre os que ganham mais, além de tirar a França da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Le Pen prometeu reprimir a imigração ilegal e quer abandonar o euro.

"Nós representamos uma França de beleza e generosidade, que começa a cada novo dia ciente de nosso lema -- liberdade, igualdade e fraternidade", disse Mélenchon no comício em Toulouse. Sua equipe disse que 70 mil pessoas compareceram, e a polícia local estimou o número em 40 mil.

Prestes a deixar o cargo, o presidente socialista François Hollande disse em um programa de televisão no domingo que irá se sentir pessoalmente "culpado" se Le Pen vencer e levar um partido de extrema-direita ao poder no país.

No mesmo dia o favorito Macron, ex-ministro da Economia e banqueiro de investimento que tentou romper o molde da política francesa lançando um novo partido de centro, optou por uma visita discreta a uma área de Paris onde esteve com pessoas que enfrentam dificuldade para encontrar moradia.

Fillon, que está sendo investigado por magistrados pela suspeita de desvio de fundos públicos, encontrou-se com eleitores católicos no sábado, mas não realizou eventos de campanha no domingo. Os quatro principais presidenciáveis devem realizar grandes comícios nesta segunda-feira.

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