Incidentes com veículos alugados pelo Turo em Las Vegas e New Orleans levantam alertas de segurança e investigações. (Matthew Hinton/AFP)
Redator na Exame
Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 07h05.
Última atualização em 2 de janeiro de 2025 às 07h23.
Dois incidentes envolvendo veículos alugados pelo aplicativo de compartilhamento de carros Turo chamaram atenção das autoridades e da opinião pública nos Estados Unidos. Na quarta-feira, 1, um Tesla Cybertruck explodiu em Las Vegas, enquanto na manhã do mesmo dia um ataque com caminhonete em New Orleans deixou 15 mortos.
O Turo confirmou, em nota para a Business Insider, que os veículos usados nos dois eventos foram alugados por meio de sua plataforma. Em comunicado oficial, a empresa declarou que está cooperando com as investigações das autoridades. "Nossa equipe de confiança e segurança está trabalhando ativamente com as autoridades para compartilhar informações que possam ser úteis nas investigações. Não acreditamos que os locatários possuíam antecedentes criminais que os identificariam como ameaças à segurança", informou a empresa.
Em New Orleans, o suspeito identificado é Shamsud-Din Jabbar, que possui registros criminais anteriores por delitos menores, como furto e direção com licença inválida, segundo informações do Departamento de Segurança Pública do Texas. No ataque, Jabbar utilizou uma caminhonete alugada no Turo.
Já em Las Vegas, a explosão do Tesla Cybertruck ocorreu próximo ao Trump International Hotel, matando o motorista e ferindo sete pessoas. De acordo com Kevin McMahill, xerife do Departamento de Polícia Metropolitana, as autoridades estão investigando se há uma ligação entre os dois eventos.
O CEO da Tesla, Elon Musk, afirmou na rede social X que a explosão foi causada por "fogos de artifício muito grandes e/ou uma bomba" na caçamba do Cybertruck.
O Turo, fundado em 2009, opera de forma semelhante ao Airbnb, mas no segmento de veículos. Proprietários podem alugar carros que vão de modelos simples, como Toyota, a opções de luxo, como Porsches e Teslas. A plataforma conta com 360 mil carros cadastrados e mais de 3,7 milhões de reservas em 2023.
Embora a empresa tenha medidas de verificação para reduzir riscos de roubo e acidentes, reconhece limitações no controle sobre ações dos locatários. "Não conseguimos prever ou verificar conclusivamente a identidade de todos os usuários, nem rastrear terceiros que possam estar presentes durante uma viagem", afirma um relatório de março de 2024.
O Turo registrou uma receita de US$ 880 milhões (R$ 5,4 bilhões) em 2023, mas lucrou apenas US$ 14,7 milhões (R$ 90,8 milhões), uma queda significativa em relação aos US$ 154,7 milhões (R$ 955,6 milhões) de 2022.Os incidentes recentes destacam os desafios de segurança associados ao modelo de negócios de compartilhamento de veículos. Autoridades estão avaliando possíveis conexões entre os eventos, enquanto a Turo enfrenta questões sobre a responsabilidade e a confiabilidade de sua plataforma.
O presidente Joe Biden anunciou que as investigações estão em andamento. "Estamos analisando qualquer conexão potencial entre os dois incidentes", declarou em coletiva de imprensa.Os acontecimentos reforçam a necessidade de aprimorar protocolos de segurança em serviços de economia compartilhada, além de levantar preocupações sobre o uso de tecnologias inovadoras, como os veículos da Tesla, em situações de risco.