Ao menos trinta pessoas morreram e uma centena ficaram feridas em uma explosão ocorrida nesta segunda-feira na cidade turca de Suruc, perto da fronteira com a Síria, durante um atentado suicida atribuído pelas autoridades turcas ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou o atentado e denunciou um "ato de terrorismo".
"Mergulhamos no luto em razão de um ato de terrorismo que fez 28 mortos e um grande número de feridos. Eu amaldiçoo e condeno os autores desta violência em nome de meu povo", declarou Erdogan durante uma visita oficial ao território norte do Chipre, ocupado pela Turquia desde 1974.
A explosão, muito forte, ocorreu no início da tarde no jardim do centro cultural da cidade e visava um grupo de cerca de 300 jovens militantes de esquerda e pró-curdos, em sua maioria estudantes.
Segundo um membro do principal partido pró-curdo da Turquia, Alp Altinors, questionado pela AFP, esses jovens planejavam participar da reconstrução da cidade de Kobane, do outro lado da fronteira, completamente destruída durante a batalha entre o EI e os curdos.
A Turquia tem forte motivos para acreditar que o grupo jihadista Estado Islâmico está por trás do atentado em Suruc, uma vez que o grupo radical controla há mais de um ano vastos territórios no Iraque e na Síria, inclusive perto da fronteira turca.
Em um balanço provisório fornecido por uma autoridade turca, 30 pessoas morreram no ataque, e de acordo com o governador de Suruc, Abdullah Ciftçi, cerca de vinte feridos estão em estado crítico.
"A explosão foi provocada por um atentado suicida", informou uma fonte do gabinete, que acrescentou que as autoridades turcas "têm fortes motivos para crer que este ataque terrorista foi realizado pelo EI".
Pouco tempo depois desta primeira explosão, um outro ataque com carro-bomba atingiu uma barreira de segurança das milícias curdas no sul de Kobane, do outro lado da fronteira, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
"Um suicida explodiu seu veículo em um posto de controle no sul da Kobane. Dois combatentes curdos morreram na explosão". declarou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor desta ONG que conta com uma ampla rede de informantes no território sírio.
Este ataque quase simultâneo "reforça as suspeitas" sobre o EI, de acordo com a fonte turca.
Operações contra os jihadistas
O atentado suicida ocorre há poucas semanas do reforço pelas autoridades turcas de sua presença militar na fronteira com a Síria, após a vitória das milícias curdas na batalha pelo controle de uma outra cidade fronteiriça, Tall Abyad.
De acordo com analistas, esta decisão do governo islâmico-conservador turco é destinada tanto para combater o grupo EI, mas também para bloquear o avanço no norte da Síria das forças curdas, que são próximas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que conduz desde 1984 uma rebelião contra Ancara.
Os países ocidentais criticam regularmente o governo de Ancara por sua neutralidade ou complacência vis-à-vis as organizações radicais em guerra contra o regime do presidente sírio Bashar al-Assad, incluindo o EI.
A Turquia sempre negou as acusações, mas tem se recusado a participar da coalizão militar antijihadista liderada pelos Estados Unidos.
Mas, após as críticas de seus aliados, passou a aumentar a segurança nos aeroportos e nas suas fronteiras para impedir o trânsito pelo seu território de recrutas estrangeiros do EI em rota para a Síria.
Também realizou nas últimas semanas várias operações policiais para desmantelar as redes de jihadistas que passam por seu território.
O ataque de Suruc ocorre num momento em que as associações turcas da esquerda estavam prestes a anunciar a sua intenção de atravessar a fronteira para chegar ao Kobane. Este grupo reside no centro cultural de Suruc alvo do ataque.
A cidade de Suruc recebe milhares de refugiados curdos da Síria que deixaram a região de Kobane durante a ofensiva lançada pelo EI em setembro.
Este ataque e os violentos combates que se seguiram causaram o êxodo de cerca de 200.000 pessoas para a vizinha Turquia. Segundo as autoridades locais turcas, apenas cerca de 35 mil sírios retornaram para casa desde o fim da batalha.
No final de junho, o EI realizou um ataque surpresa em Kobane, marcando seu retorno ao centro da cidade por três atentados suicidas. Os combates resultaram na morte de mais de 120 civis.
Depois de alguns dias, as milícias curdas retomaram o controle total da cidade.
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1. Crueldade
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1/10 (Reuters)
São Paulo – Especialistas iniciaram na manhã de hoje escavações em doze covas coletivas encontradas na região de Trikrit, no
Iraque. De acordo com informações da rede de notícias americana
CNN, é possível que os restos mortais de 1.700 soldados mortos pelo grupo Estado Islâmico (
EI) sejam recuperados. A descoberta comprovaria a veracidade de um vídeo divulgado pelo grupo há alguns meses e no qual era exibida a execução de centenas de soldados iraquianos que estavam dispostos em uma linha que parecia não ter fim. Os soldados, informou a
Reuters, teriam sido capturados em uma antiga base dos Estados Unidos. “A cena é de partir o coração”, contou um oficial ouvido pela rede que esteve no local. “Não conseguimos conter as lágrimas. Que tipo de bárbaro poderia matar 1.700 pessoas a sangue frio?”, indagou. As covas coletivas são mais um ato de violência na lista de barbáries já cometidas pelo grupo desde que ganhou força no ano passado e passou a expandir os seus domínios em regiões da
Síria e do Iraque. Relembre nas imagens outros casos chocantes protagonizados pelo grupo.
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2. Decapitações de reféns ocidentais
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2/10 (AFP)
Ensaiadas à exaustão, filmadas e divulgadas mundo afora via redes sociais, as decapitações, especialmente aquelas realizadas em reféns ocidentais, se tornaram um símbolo da brutalidade do EI. Um dos primeiros ocidentais a ser publicamente executado pelo grupo foi o jornalista americano James Foley. Pouco tempo depois da divulgação do vídeo de Foley em agosto do ano passado, o EI viralizou vários outros. Neles foram exibidas as mortes de pessoas como o Steven Sotloff, jornalista americano sequestrado em agosto de 2013 e morto no início de setembro de 2014, e David Haines, um trabalhador humanitário britânico abduzido em março de 2013 e assassinado poucas semanas depois de Sotloff.
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3. E de cristãos na Líbia
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3/10 (Reprodução)
Os horrores das decapitações do Estado Islâmico (EI), contudo, não ficaram reservados apenas aos reféns ocidentais. No início de fevereiro, o EI
divulgou um vídeo no qual foram degolados 21 cristãos egípcios.
De acordo com informações da agência de notícias EFE, as vítimas haviam sido sequestradas na região de Tripoli, capital da Líbia, e simbolizavam uma espécie de vingança contra o Egito por conta de um episódio no qual uma mulher cristã foi presa depois de se converter ao islã.
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4. A morte do piloto jordaniano
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4/10 (Social media via Reuters)
Depois de anunciar a decapitação do jornalista japonês Kenji Goto, o EI divulgou um vídeo no qual
mostrava um piloto jordaniano sendo queimado vivo. Maaz al-Kassasbeh foi sequestrado em dezembro, depois que sua aeronave foi derrubada pela artilharia do grupo nas redondezas de Raqqa, conhecida informalmente como a capital do EI. Como consequência da morte brutal do militar, a
Jordânia intensificou os bombardeios realizados contra os militantes.
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5. Recrutamento de crianças
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5/10 (Reprodução/Live Leak)
Outra atrocidade cometida pelo grupo é o constante recrutamento de crianças para batalha ou para operações suicidas. De acordo com entidades de ajuda humanitária, desde o início de 2015, 400 crianças foram
absorvidas aos quadros de militantes do EI. Muitas se juntam ao grupo com a conivência dos pais, mas tantas outras acabam sendo seduzidas por recrutadores a fugirem de suas famílias. Um exemplo que chocou o mundo apareceu em mais um vídeo do EI divulgado nas redes sociais. Nele, era mostrada a execução de reféns por uma criança que não aparentava ter mais de 12 anos de idade.
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6. Genocídio da minoria Yazidi
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6/10 (Rodi Said/Reuters)
Desde que iniciou a sua expansão territorial, o Estado Islâmico (
EI) vem atacando a minoria Yazidi,
historicamente estabelecida no norte do Iraque. Como consequência dos atos brutais contra este povo, a Organização das Nações Unidas (
ONU)
acusa o EI de estar cometendo um crime de genocídio, uma vez que demonstra ter o objetivo de dizimá-los enquanto grupo.
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7. A tortura de seus reféns
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7/10 (Nicole Tung/AFP)
Reféns ocidentais que foram libertados pelo Estado Islâmico (
EI)
contaram ao mundo como era a rotina de horror a qual foram diariamente submetidos enquanto em cativeiro. De acordo com os relatos, a tortura era uma ferramenta comum dos militantes e era assim que eles buscavam informações sobre, por exemplo, o propósito da ida de seus reféns para a Síria. Os métodos consistiam em espancamentos e até
mesmo a simulação de afogamento.
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8. Terror em campo de refugiados
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8/10 (Rani Al-Sayed/AFP)
Até então restrito ao norte da
Síria, o EI mostra que aos poucos está avançando até a capital do país, Damasco. Nesta semana, veio à tona a notícia de que o grupo invadiu um campo de refugiados nas redondezas da cidade e que agora
controla 90% dele. Os outros 10% estãos nas mãos de uma milícia formada por palestinos e sírios que vivem no campo e que lutam contra o regime de Bashar al-Assad. Segundo informações da rede de notícias Reuters, o local é habitado por 18 mil pessoas. Na análise da ONU, a
situação no campo é “além de desumana”, pois a entidade não conseguiu enviar comida, remédio e água para as pessoas que lá vivem desde que os conflitos dentro do campo começaram.
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9. A destruição de antiguidades
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9/10 (Reprodução/Youtube/Josue Leon)
Há poucos meses, o EI divulgou
vídeos nos quais seus militantes apareciam destruindo antiguidades em sítios arqueológicos e até museus de diferentes regiões do Iraque. Em Mosul, por exemplo, homens aparecem armados com martelos e brocas derrubando e destruindo estátuas datadas do século 7 a.C e cujos valores são inestimáveis.
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10. Agora veja os números da violência na Síria
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10/10 (Reuters)