Soldados do Exército montam guarda perto da sede da Guarda Republicana após confrontos com partidários do deposto presidente egípcio Mohamed Mursi, no Cairo (REUTERS/Asmaa Waguih)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2013 às 07h48.
Cairo - Uma fonte militar negou nesta segunda-feira em declarações à Agência Efe que o Exército egípcio tenha disparado contra fiéis ao presidente deposto Mohamed Mursi na frente da sede da Guarda Republicana no Cairo, onde pelo menos 42 pessoas morreram e mais de 300 foram feridas.
Segundo a fonte, um grupo armado tentou entrar no prédio da Guarda Republicana e, ao fracassar por causa da grande presença de forças de segurança em seu interior, disparou de maneira indiscriminada contra os manifestantes para causar o caos e facilitar o ataque.
Segundo esta fonte, que pediu anonimato, um oficial da polícia morreu por disparos e 40 policiais ficaram feridos. A versão da fonte é contrária a da Irmandade Muçulmana, segundo a qual ocorreu um "massacre" perpetrado pelas Forças Armadas e a polícia contra os islamitas. O grupo acusa o chefe do Exército, Abdel Fatah al Sisi, de estar tornando o país uma "nova Síria".
A fonte militar disse à Efe que o tumulto ocorreu depois da oração muçulmana da madrugada, quando vários homens armados se concentraram diante da sede da Guarda Republicana entoando gritos religiosos e subindo nos muros do edifício, embora sem conseguir entrar no local.
Em seguida, homens armados que estavam em edifícios próximos abriram fogo contra os membros das Forças Armadas. Ao mesmo tempo, os indivíduos que tinham tentado subir nos muros teriam disparado contra manifestantes pacíficos para "causar o caos no lugar e facilitar a tentativa de ataque", segundo a fonte.
"O ato criminoso que aconteceu diante da Guarda Republicana e a morte de manifestantes não puderam ser realizados pela ação das Forças Armadas, que protegeram os manifestantes em Rabea al Adauiya e em frente à Guarda Republicana durante todo o tempo dos protestos sem atacar ninguém", garantiu a fonte.
O militar frisou, no entanto, que a Irmandade Muçulmana convocou uma jihad (guerra santa) e que alguns manifestantes fiéis a Mursi se já despediram de suas famílias.