Exército da Nigéria mata 300 fiéis xiitas, denuncia ONG
Soldados nigerianos mataram os fiéis xiitas em ataques registrados em três pontos da cidade de Zaria entre os dias 12 e 14 de dezembro
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2015 às 07h19.
Nairóbi - A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta quarta-feira o massacre de aproximadamente 300 pessoas pertencentes à seita xiita Movimento Islâmico da Nigéria (IMN, sigla em inglês), estabelecida no norte do país e sem vinculação com o extremismo do grupo jihadista Boko Haram.
Soldados nigerianos mataram os fiéis xiitas em ataques registrados em três pontos da cidade de Zaria entre os dias 12 e 14 de dezembro, relataram testemunhas e autoridades locais à organização, segundo um comunicado.
Durante dois dias, o exército atacou a mesquita Hussainniya Baqiyyatullah, o bairro de Gyellesu e o cemitério da seita em Daral-Rahma.
Pelo menos 300 xiitas morreram e muitos ficaram feridos, enquanto os soldados queimaram os corpos em valas comuns sem a permissão de suas famílias.
O Movimento Islâmico da Nigéria é uma seita xiita com vínculos próximos com o Irã e estabelecida em Zaria, no estado nigeriano de Kaduna.
O grupo religioso, liderado por Sheik Zakzaky, começou sua atividade no país africano em 1980 e conta com três milhões de fiéis na Nigéria.
"Não tem relação com o Boko Haram, um grupo islâmico radical que também opera no norte da Nigéria, e cujos integrantes atacaram xiitas e outros", esclareceu a HRW.
A origem do massacre realizado pelo exército nigeriano se encontra na revolta de um grupo de xiitas perto de uma mesquita, coincidindo com o início do mês de Rabi-ul-Awal, o nascimento do profeta Muhammad, em protesto por ataques anteriores feitos pelos militares.
Quando o comboio de um militar de alta patente passou pelo lugar, um grupo de jovens xiitas começou a protestar e atirar pedras, com o objetivo de matar o tenente-general, segundo o exército.
"É impossível que uma barricada levantada por um grupo de jovens nervosos pudesse justificar o massacre de centenas de pessoas. Foi uma reação brutal e desmedida, quando não um ataque planejado contra o grupo xiita minoritário", disse o diretor da HRW para a África, Daniel Bekele.
No último dia 18, o governo da Nigéria classificou o incidente como um "assunto militar".
"O presidente Muhammadu Buhari deveria dar um basta à lamentável lista de graves abusos contra os direitos humanos do exército para que não continuem durante seu mandato", criticou Bekele.
A Nigéria vive sob a ameaça constante do grupo jihadista Boko Haram, que luta para impor um estado islâmico no norte do país, o que gerou uma violenta repressão do exército federal, que cometeu várias violações contra os direitos humanos.
Nairóbi - A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta quarta-feira o massacre de aproximadamente 300 pessoas pertencentes à seita xiita Movimento Islâmico da Nigéria (IMN, sigla em inglês), estabelecida no norte do país e sem vinculação com o extremismo do grupo jihadista Boko Haram.
Soldados nigerianos mataram os fiéis xiitas em ataques registrados em três pontos da cidade de Zaria entre os dias 12 e 14 de dezembro, relataram testemunhas e autoridades locais à organização, segundo um comunicado.
Durante dois dias, o exército atacou a mesquita Hussainniya Baqiyyatullah, o bairro de Gyellesu e o cemitério da seita em Daral-Rahma.
Pelo menos 300 xiitas morreram e muitos ficaram feridos, enquanto os soldados queimaram os corpos em valas comuns sem a permissão de suas famílias.
O Movimento Islâmico da Nigéria é uma seita xiita com vínculos próximos com o Irã e estabelecida em Zaria, no estado nigeriano de Kaduna.
O grupo religioso, liderado por Sheik Zakzaky, começou sua atividade no país africano em 1980 e conta com três milhões de fiéis na Nigéria.
"Não tem relação com o Boko Haram, um grupo islâmico radical que também opera no norte da Nigéria, e cujos integrantes atacaram xiitas e outros", esclareceu a HRW.
A origem do massacre realizado pelo exército nigeriano se encontra na revolta de um grupo de xiitas perto de uma mesquita, coincidindo com o início do mês de Rabi-ul-Awal, o nascimento do profeta Muhammad, em protesto por ataques anteriores feitos pelos militares.
Quando o comboio de um militar de alta patente passou pelo lugar, um grupo de jovens xiitas começou a protestar e atirar pedras, com o objetivo de matar o tenente-general, segundo o exército.
"É impossível que uma barricada levantada por um grupo de jovens nervosos pudesse justificar o massacre de centenas de pessoas. Foi uma reação brutal e desmedida, quando não um ataque planejado contra o grupo xiita minoritário", disse o diretor da HRW para a África, Daniel Bekele.
No último dia 18, o governo da Nigéria classificou o incidente como um "assunto militar".
"O presidente Muhammadu Buhari deveria dar um basta à lamentável lista de graves abusos contra os direitos humanos do exército para que não continuem durante seu mandato", criticou Bekele.
A Nigéria vive sob a ameaça constante do grupo jihadista Boko Haram, que luta para impor um estado islâmico no norte do país, o que gerou uma violenta repressão do exército federal, que cometeu várias violações contra os direitos humanos.