Exército chinês: em 2021, o mundo também superou a marca de US$ 2 trilhões em gastos com Defesa pela primeira vez (VCG/VCG/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2022 às 16h54.
Última atualização em 4 de agosto de 2022 às 13h28.
Envoltos em uma rusga de décadas desde a guerra civil chinesa, China e Taiwan têm poderios militares muito diferentes.
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Ao todo, o Exército chinês é composto de mais de 2 milhões de integrantes dentre o 1,4 bilhão de habitantes do país. A China tem o maior Exército do mundo em números absolutos.
Atrás do Exército chinês em número de pessoal estão Índia e EUA, ambos com cerca de 1,4 milhão de integrantes na ativa.
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Taiwan tem pouco mais de 170 mil integrantes na ativa, dentre uma população perto de 24 milhões de habitantes, segundo o The Military Balance, balanço anual do International Institute for Strategic Studies (IISS).
Além da população numerosa, o que faz do Exército chinês naturalmente grandioso, a China tem alavancado seus investimentos militares nos últimos anos, à medida que se tornou também potência econômica (sua economia é a segunda maior do mundo e deve ultrapassar a dos Estados Unidos na próxima década).
Atualmente, a China é o segundo país com maiores gastos em Defesa, atrás dos EUA.
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Em 2021, a China gastou mais de US$ 290 bilhões em Defesa, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês). A cifra fica ainda muito atrás dos EUA, onde os valores superam US$ 800 bilhões.
Em Taiwan, os gastos foram na casa de US$ 13 bilhões.
Estima-se também que a China tenha cerca de 300 ogivas nucleares, além de mais de 5 mil dos EUA e mais de 6 mil da Rússia, até hoje as principais potências nucleares como herança da guerra fria.
Com as diferenças entre os exércitos de China e Taiwan, conselheiros que trabalham com a defesa da ilha têm estudado mudar a estratégia militar.
Por muitos anos, o Exército de Taiwan treinava para "retomar" a China continental, o que se tornou um objetivo cada vez menos factível — sobretudo depois dos anos 1970, quando a comunidade internacional passou a reconhecer o governo comunista na China.
Agora, uma das estratégias em Taiwan será mudar o treinamento para foco em defesa no caso de um embate militar direto, como equipamentos para neutralizar ataques aéreos chineses.
"Taiwan está comprometida em guardar a liberdade e a democracia, fortalecendo a autodefesa, aprimorando as capacidades assimétricas e mobilizando nossa população, enquanto expande a cooperação com os EUA e parceiros com ideias semelhantes", disse o Escritório de Representação Econômica e Cultural de Taipei nos EUA ao site americano Axios.
Taiwan foi parte da China continental até 1949, quando o Partido Comunista ascendeu ao poder no país, e hoje tem governo autônomo — embora Taiwan não seja considerado um país, e tenha status político controverso.
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Da guerra na Ucrânia às tensões recentes entre China e Taiwan nesta semana, os números de Defesa dos governos estão em foco na diplomacia global.
Se no começo da pandemia o mundo discutia o quanto era coerente gastar tanto em Defesa (e pouco no desenvolvimento de vacinas, por exemplo), o debate virou de rumo com as tensões geopolíticas crescentes.
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A Otan, Aliança Militar do Atlântico Norte, anunciou que vai ampliar investimentos, e até mesmo os relutantes europeus aceitaram gastar mais com exércitos após a guerra no quintal de casa.
Em 2021, o mundo também superou a marca de US$ 2 trilhões em gastos com Defesa pela primeira vez, segundo o Sipri. Em valores corrigidos, segundo o instituto, o gasto aumentou 0,7% entre 2020 e 2021, indo a US$ 2,113 bilhões.
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