Em parceria com o Exército britânico, esses civis recrutados pelas Forças Armadas da Ucrânia aprendem a manusear armas, técnicas de salvamento e simulações de combat (Baz Ratner/Reuters)
AFP
Publicado em 14 de outubro de 2022 às 08h41.
Última atualização em 14 de outubro de 2022 às 08h43.
Com o rosto sujo de lama, recrutas ucranianos atravessam uma planície portando fuzis. Mas eles não estão na Ucrânia, e sim em terras usadas pelo Exército britânico na Inglaterra, para onde viajaram a fim de desenvolver habilidades no campo de batalha.
Em parceria com o Exército britânico, esses civis recrutados pelas Forças Armadas da Ucrânia aprendem a manusear armas, técnicas de salvamento e simulações de combate, antes de irem para a linha de frente. O primeiro grupo chegou em julho ao Reino Unido, que se comprometeu a formar até 19.000 ucranianos, dos quais 5.700 já receberam treinamento.
O grupo tem pouca ou nenhuma experiência militar, e apenas cinco semanas para desenvolver habilidades de combate de alto nível. "Antes do começo da invasão, eu era apenas mais um civil", diz um dos recrutas, apelidado de Panda. "Depois da invasão, eu já não podia continuar assim, não podia viver uma vida civil, de forma que me alistei", conta o homem, que trabalhava como engenheiro.
As duas principais habilidades que os recrutas desenvolvem “são como sobreviver em um campo de batalha e como ser o mais letal possível em um combate corpo a corpo”, explica o tenente-coronel Kempley Buchan-Smith, comandante do batalhão britânico de infantaria 5 Rifles.
Os recrutas ucranianos se submetem a um "programa de treinamento exaustivo", que inclui manuseio de armas, guerra de trincheiras e urbana, primeiros socorros e regras dos conflitos armados segundo o direito internacional. Eles retornam posteriormente à Ucrânia com equipamento doado pelo Exército britânico, que inclui coletes e capacetes.
A formação se baseia em um programa existente para treinar tropas ucranianas chamado Operação Orbital, que começou em 2015 e já capacitou mais de 22.000 soldados.
Desde a invasão russa, em fevereiro, o Reino Unido tem apoiado com firmeza as Forças Armadas ucranianas, e anunciou hoje que irá fornecer àquele país mísseis de defesa aérea e, pela primeira vez, foguetes capazes de derrubar mísseis de cruzeiro.
Veja também:
Putin propõe a Erdogan que Turquia seja novo centro de gás na Europa
Kiev volta a ser atingida por drones kamikaze de fabricação iraniana