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Ex-secretário da Venezuela é condenado a 10 anos de prisão nos EUA

Alejandro Andrade tinha se declarado culpado no ano passado de conspirar para realizar lavagem de dinheiro, revelando ter recebido US$ 1 bilhão

Hugo Chávez: Alejandro Andrade foi secretário do Tesouro durante governo do mandatário venezuelano (Alejandro Pagni/AFP)

Hugo Chávez: Alejandro Andrade foi secretário do Tesouro durante governo do mandatário venezuelano (Alejandro Pagni/AFP)

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EFE

Publicado em 27 de novembro de 2018 às 17h34.

Miami - Secretário de Tesouro da Venezuela durante parte do governo do presidente Hugo Chávez, Alejandro Andrade foi condenado nesta terça-feira, 27, a dez anos de prisão pela Justiça dos Estados Unidos pelo envolvimento em um caso bilionário de lavagem de dinheiro e pagamento de propinas.

Andrade tinha se declarado culpado no ano passado de conspirar para realizar lavagem de dinheiro, como parte de um acordo judicial no qual revelou ter recebido 1 bilhão de dólares (cerca de 3,9 bilhões de reais) em propinas para facilitar a venda de dólares a preços baixos.

A sentença foi decretada pelo juiz distrital Robin L. Rosenberg. Andrade, que vive no sul da Flórida, foi secretário de Tesouro da Venezuela entre 2007 e 2010, durante o governo de Chávez.

O ex-secretário era ligado ao presidente da emissora venezuelana "Globovisión", Raúl Gorrín, considerado foragido pela Justiça americana, e a Gabriel Arturo Jiménez Aray, ex-proprietário do Banco Peravia, da República Dominicana.

Gorrín responde por nove acusações de lavagem de dinheiro, uma por conspirar para violar a Lei de Práticas Corruptas no Estrangeiro (LCPA) e outra também por conspiração para lavar dinheiro. Já Jiménez Aray, assim como Andrade, se declarou culpado à Justiça dos EUA pelo conspiração para cometer lavagem de dinheiro.

A acusação contra os três foi apresentada no 16 de agosto de 2017, mas tinha permanecido sob sigilo até a última terça-feira.

Quando admitiu ser culpado em dezembro de 2017, Andrade revelou que recebeu mais de 1 bilhão de dólares de Gorrín e outros envolvidos no esquema para facilitar a venda de dólares a preços baixos.

Como parte do acordo, Andrade aceitou que a Justiça dos EUA confiscasse o dinheiro recebido por ele como propina e outros bens, como imóveis, veículos, cavalos, relógios e aviões.

Jiménez Aray declarou em março que conspirou com Gorrín e outras pessoas para adquirir o Banco Peravia. A instituição financeira era usada para lavar o dinheiro da propina e os valores obtidos com o esquema de compra de dólares a preços mais baixos.

Na semana passada, o procurador-geral da Venezuela, Tareq William Saab, informou que abriu uma investigação contra o ex-secretário de Tesourou por "venda irregular de bônus da nação" aos bancos privados. O governo do país também enviou um pedido de prisão com alerta vermelho à Interpol.

Saab disse que espera a extradição de Andrade ao país. Segundo o procurador-geral, bens e contas do ex-secretário do Tesouro foram confiscados e congelados no país.

O presidente da Comissão de Controladoria do Parlamento da Venezuela, Freddy Superlano, disse à Agência Efe que o desfalque sofrido pelo país desde 2003 devido à política de controle cambial supera os 400 bilhões de dólares, número quase 46 vezes superior às atuais reservas internacionais do governo.

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