Jogadores do Real Sociedad em campo: o principal alvo das denúncias é José Luis Astiazaran, presidente da Real Sociedad de 2001 e 2005, e atual presidente da Liga Profissional de Futebol (LFP) da Espanha. (REUTERS/Vincent West)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 14h08.
Madri - Inaki Badiola, presidente do Real Sociedad de janeiro a dezembro de 2008, acusou nesta segunda-feira seus antecessores de terem montado um esquema de doping de 2001 a 2007, em entrevista ao jornal esportivo espanhol AS.
"Durante as seis temporadas anteriores à nossa presidência, os dirigentes do clube usaram um caixa dois para comprar medicamentos e produtos que naquela época eram considerados como dopantes", afirmou Badiola.
Badiola acusa dois médicos, Eduardo Escobar e Antxon Gorrotxategi, de comprar produtos proibidos no mercado negro, com a cumplicidade dos dirigentes do clube.
O principal alvo das denúncias é José Luis Astiazaran, presidente da Real Sociedad de 2001 e 2005, que hoje ocupa nada menos que o cargo de presidente da poderosa Liga Profissional de Futebol (LFP) da Espanha.
Badiola o acusa de ter abafado outra denúncia feita pelo conselho de administração da própria Real Sociedad em 2008.
Astiazaran rebateu as acusações ao publicar nesta segunda-feira um comunicado no site da LFP, no qual nega qualquer envolvimento ou intenção de abafar o caso.
"Durante o meu mandato como presidente da Real Sociedad, nunca tomei conhecimento nem tive suspeitas de práticas ilegais. Se fosse o caso, teria agido imediatamente", se defendeu o presidente da LFP.
Estas acusações de Badiola acontecem pouco depois de revelações no Caso Puerto, que julga desde o dia 28 de janeiro em Madrid os acusados de um dos maiores esquemas de doping do esporte espanhol, principalmente no ciclismo.
Na última sexta-feira, o tribunal mostrou um documento de 2006 com a menção "RSOC" escrita pelo doutor Fuentes, acusado de ser um dos maiores articuladores do esquema.
Ao ser questionado sobre o significado destas iniciais, Fuentes adotou um tom irônico e disse que "trata-se talvez de um bom vinho".