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Ex-detenta processa prisão dos EUA por proibir culto satânico

Mónica Luján pediu sem sucesso em várias ocasiões que lhe fornecessem a Bíblia Satânica e foi impedida de praticar suas crenças

Prisão: ex-detenta afirma que foi humilhada na prisão por querer praticar sua religião (Amanda Oliveira/ GOVBA)
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EFE

Publicado em 16 de novembro de 2016 às 08h19.

Albuquerque (EUA) - Uma ex-detenta processou o Serviço Carcerário para Mulheres do Novo México, nos Estados Unidos , por violar seu direito constitucional de liberdade religiosa ao negar-lhe a possibilidade de praticar seu culto satânico enquanto estava atrás das grades.

Segundo registros da Justiça, Mónica Luján, que cumpriu uma condenação de três anos por tráfico de drogas e falsificação no centro correcional de mulheres em Grants, no Novo México, pediu sem sucesso em várias ocasiões que lhe fornecessem "A Bíblia Satânica".

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Luján argumenta no processo, apresentado no último dia 4 de novembro em uma corte do condado de Bernalillo, que lhe negaram o direito de praticar suas crenças, incluindo o uso de materiais religiosos e a associação e participação em rituais com outras detentas que compartilhavam suas crenças.

A mulher, que busca uma indenização por danos e prejuízos, assegura que a resposta das autoridades a seus pedidos foi que o Serviço Carcerário para Mulheres do Novo México (NMWCF) "proíbe a prática do satanismo".

Micah McCoy, diretor de comunicações da União Americana das Libertadas Civis do Novo México (ACLU), que representa Luján, disse nesta terça-feira à Agência Efe que a NMWCF negou à detenta um de seus "direitos fundamentais, o acesso a sua religião e à associação com pessoas que praticam sua crença".

"Sob a primeira emenda da Constituição dos Estados Unidos, ela foi humilhada por praticar uma religião diferente", considerou McCoy.

A litigante alega que os processados, entre os quais se encontra um capelão, tomaram represálias contra ela, a humilharam e confiscaram seus bens pessoais, a deixando, durante quatro meses, com apenas uma calcinha.

Alex Sánchez, subsecretária do centro penitenciário, disse a veículos de comunicação locais que os prisioneiros podem professar sua religião sem restrições, sempre e quando não atentem contra a integridade dos demais.

"Nós reconhecemos várias religiões, isso inclui seus dias festivos, objetos religiosos e a forma de praticar dita religião", garantiu Sánchez.

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