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Ex-chefe do Exército turco pega prisão perpétua

General da reserva Ilker Basbug foi condenado por participar da conspiração com objetivo de derrubar o governo do primeiro-ministro Tayyip Erdogan


	Tayyip Erdogan: ao anunciar os veredictos dos quase 300 réus do processo, os juízes também sentenciaram três parlamentares do Partido Popular Republicano, de oposição
 (Adem Altan/AFP)

Tayyip Erdogan: ao anunciar os veredictos dos quase 300 réus do processo, os juízes também sentenciaram três parlamentares do Partido Popular Republicano, de oposição (Adem Altan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 10h51.

Silivri - Um tribunal turco sentenciou nesta segunda-feira um ex-comandante militar à prisão perpétua por tramar contra o governo, e dezenas de outros réus a longas penas de prisão, num caso que expõe as profundas divisões na Turquia.

O general da reserva Ilker Basbug, ex-chefe do Estado-Maior, foi condenado por participar da conspiração que ficou conhecida como "Ergenekon", com o objetivo de derrubar o governo do primeiro-ministro Tayyip Erdogan.

Ao anunciar os veredictos dos quase 300 réus do processo, os juízes também sentenciaram três parlamentares do Partido Popular Republicano, de oposição, a penas de 12 a 35 anos de reclusão.

Antes disso, forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersar simpatizantes dos réus que haviam se concentrado em um terreno próximo ao tribunal, instalado na penitenciária da Silivri, a oeste de Istambul.

O processo, que durou cinco anos, tornou-se símbolo do confronto da última década entre Erdogan, um político de inclinação islâmica, e as instituições laicas do Estado turco.

Promotores dizem que uma suposta rede de nacionalistas radicais, conhecida como Ergenekon, realizou execuções extrajudiciais e atentados a bomba na tentativa de desencadear um golpe militar.

O Partido AK, de Erdogan, diz que esse é um exemplo das forças antidemocráticas que o atual governo tenta erradicar.

Críticos, incluindo o principal partido da oposição, dizem que as acusações são inventadas para reprimir a oposição e domar o "establishment" laico que há quase um século domina a Turquia. Eles dizem também que a Justiça foi alvo de influências políticas nesse caso.

"Esse é o julgamento (feito por) Erdogan, é o teatro dele", disse à Reuters o parlamentar Umut Oran, do Partido Popular Republicano. "No século 21, para um país que deseja se tornar membro pleno da União Europeia, esse julgamento obviamente político não tem base jurídica", afirmou ele no tribunal.

Erdogan nega que tenha havido interferência no processo político, e salienta a independência do Judiciário. Mas ele criticou o comportamento dos promotores no caso, e manifestou inquietação com o tempo que os réus passaram na cadeia antes de serem condenados.

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