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Democracia está sob ataque, diz ex-chefe de Inteligência dos EUA

A fala de James Clapper expressa consternação sobre a demissão do diretor do FBI, em meio a investigação sobre a intervenção da Rússia nas eleições

James Clapper: o ex-diretor exige um novo diretor do FBI sem qualquer passado político (Jim Watson/AFP)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de maio de 2017 às 06h45.

Washington - A democracia americana está sob ataque, disse James Clapper, ex-chefe de Inteligência dos Estados Unidos neste domingo, expressando consternação sobre a demissão abrupta do FBI diretor, James Comey, em meio a uma investigação sobre a intervenção de Moscou nas eleições norte-americanas e possíveis laços com a campanha de Donald Trump.

Como Trump trabalha para acelerar a indicação de um sucessor de Comey, congressistas dos dois partidos pediram para evitar políticos para o cargo e disseram que ele precisa "arrumar a bagunça que criou".

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Os congressistas de ambos os partidos repreenderam decisões de Trump, pedindo explicações à Casa Branca pelo que ocorreu com Comey.

Eles pedem um novo diretor do FBI sem qualquer passado político e dizem que Trump precisa entregar ao Congresso quaisquer conversas com Comey gravadas.

O senador republicano Lindsey Graham, membro da Comissão de Justiça, disse que selecionar um agente do FBI para liderar a agência permitiria à nação se recompor. Ele classificou como menos desejáveis ao menos 2 dos 14 candidatos sob consideração por Trump, Mike Rogers e John Cornyn, explicando que estas não são circunstâncias normais.

Rogers, um ex-agente do FBI e ex-presidente do Comitê de Inteligência, deu apoio à Associação de Agentes do FBI. Cornyn é o republicano número dois no Senado.

"O presidente tem uma chance de arrumar a bagunça principalmente por ele criada", disse, acrescentando: "Eu nem tenho nenhuma evidência de que o presidente foi conivente com a russos... Mas não sabemos de todas as evidências ainda."

O senador Mike Lee, republicano de Utah, continuou a argumentar que o presidente deve considerar Merrick Garland, juiz federal nomeado para a Corte Suprema no ano passado pelo presidente Barack Obama.

Um ex-assessor do senador Mitch McConnell, Josh Holmes, afirmou que McConnell está interessado na sugestão. "Eu acho que o líder da maioria no Senado pensa que essa é uma ideia fantástica", disse Holmes.

O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, de Nova York, disse que o novo diretor do FBI deve ser alguém sem relação partidária, com "grande experiência" e "coragem".

Preferindo não falar sobre Garland, Schumer deixou em aberto a possibilidade de os democratas retirarem o apoio a um eventual novo diretor do FBI, a não ser que o Departamento de Justiça nomeie um promotor especial.

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