Bandeira da Tunísia: o escritório panamenho recomendou a Marzouk um advogado que o guiaria na criação da empresa (Reuters / Anis Mili)
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2016 às 10h01.
Túnis - Mohsen Marzouk, ex-chefe de campanha do atual presidente tunisiano, Beji Caid Essebsi, e um dos fundadores do partido governante Nida Tunis, é citado no escândalo Panama Papers, informou nesta terça-feira o portal "Inkyfada".
De acordo com a fonte, vinculada ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que revelou o escândalo, Marzouk, um dos responsáveis pela transição na Tunísia, trocou mensagens com o escritório panamenho Mossack Fonseca para saber o procedimento e os horários necessários para montar a offshore MM Business.
"A empresa panamenha solicitou mais informação sobre o potencial cliente e, especialmente, de que maneira descobriu o gabinete. Marzouk se apresenta então como residente da Tunísia com vontade de fazer negócios no exterior", explicou o portal, único veículo no país que teve acesso à informação.
O site acrescenta que Marzouk, que deixou o Nida Tunis meses atrás por desavenças com o filho do presidente e anunciou a formação de um novo partido, falou de "um intermediário em Genebra que o teria falado da Mossack Fonseca" e explicou que conhecia "um cliente da empresa, que utilizava seus serviços para uma empresa no Panamá".
O escritório panamenho recomendou a Marzouk um advogado que o guiaria na criação da empresa, mas o político deixou de responder as mensagens do indicado, cujo último e-mail foi enviado em abril de 2015, diz o portal.
O governador do Banco Central da Tunísia, Chedly Ayari, revelou nesta terça-feira que a instituição que dirige abrirá uma investigação sobre os nomes dos cidadãos do país que aparecem na lista para saber se cometeram algum crime.