Ex-chanceler da Arquidiocese de Santiago é detido acusado de abusos
Óscar Muñoz Toledo, que foi pároco da Igreja Jesus de Nazaré na capital chilena, havia se autodenunciado por abusos ao Escritório Pastoral de Denúncias
EFE
Publicado em 12 de julho de 2018 às 17h05.
Santiago do Chile - O ex-chanceler da Arquidiocese de Santiago Óscar Muñoz Toledo, de 56 anos, foi detido nesta quinta-feira acusado de sete casos de abuso sexual e estupro de menores, informaram fontes judiciais.
Muñoz, que foi pároco da Igreja Jesus de Nazaré na capital chilena , havia se autodenunciado por abusos ao Escritório Pastoral de Denúncias e foi retirado do seu cargo em janeiro deste ano, duas semanas antes da visita do papa Francisco ao Chile.
Os fatos ocorreram supostamente entre 2002 e o início deste ano e envolvem sete vítimas, de 11 a 17 anos.
Vale ressaltar que Muñoz era o encarregado de receber as denúncias na Arquidiocese sobre casos de abuso sexual na Igreja e, além disso, era assessor direto do cardeal Ricardo Ezzati, arcebispo de Santiago.
Perguntado sobre a situação, Ezzati afirmou aos jornalistas que a Igreja "tem a disponibilidade de colaborar com a justiça em tudo o que for requerido".
"Um pensamento muito próximo e cordial às vítimas que sofreram com esses abusos, o desejo é que a justiça tenha a última voz", acrescentou o arcebispo.
Os casos de abusos sexuais chocaram há anos a Igreja Católica no Chile e em junho deste ano o papa Francisco aceitou as renúncias de cinco bispos, depois que 34 membros da Conferência Episcopal do Chile ofereceram seus cargos após serem chamados ao Vaticano pelo pontífice.
O papa também convidou algumas das vítimas a Roma, lhes pediu perdão e anunciou mudanças na Igreja chilena, após explicar que inicialmente se recusou a acreditar nas denúncias porque tinha recebido informações falsas sobre a situação.