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Europa tem protesto anticovid-19 e anti-5G marcado por violência policial

Manifestantes dizem que as eleições na Sérvia pioraram a pandemia no país, enquanto o presidente diz que "forças estrangeiras" foram responsáveis pelos atos

Sérvia: Toque de recolher por covid-19 termina em violentas manifestações, em 7 de julho de 2020 (AFP/AFP)

Sérvia: Toque de recolher por covid-19 termina em violentas manifestações, em 7 de julho de 2020 (AFP/AFP)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 9 de julho de 2020 às 07h41.

Última atualização em 9 de julho de 2020 às 07h48.

A capital da Sérvia foi palco na noite desta quarta-feira (8), pelo segundo dia consecutivo, de confrontos violentos entre a polícia e manifestantes indignados com a formo como o governo combate a pandemia de coronavírus.

Nuvens de gás lacrimogêneo e fumaça encheram o centro de Belgrado em meio a cenas caóticas que lembravam a violência da noite anterior, quando a polícia dispersou milhares de pessoas que saíram para protestar contra o retorno do confinamento no fim de semana devido ao aumento de novos casos da covid-19.

Embora o presidente Aleksandar Vucic tenha dito nesta quarta que é provável que o toque de recolher do fim de semana seja suspenso, milhares de pessoas se reuniram em frente ao parlamento novamente para protestar.

A indignação está concentrada no presidente, a quem os críticos acusam de ter favorecido uma segunda onda da epidemia ao suspender muito rápido o confinamento para realizar as eleições de 21 de junho."O governo apenas procura proteger seus próprios interesses, as pessoas são danos colaterais", disse Jelina Jankovic, 53 anos, no meio do protesto.

O Partido Progressista Sérvio de Vucic (SNS) venceu confortavelmente a eleição em uma votação boicotada pela oposição. Desde então, as infecções pelo novo coronavírus dispararam para mais de 300 casos por dia, superlotando hospitais.

"Já tivemos o suficiente com a manipulação dos dados da covid-19", disse outra manifestante, Danijela Ognjenovic, referindo-se às acusações de que as autoridades estão subestimando o número de mortos.

Após um começo pacífico, a manifestação desta quarta-feira acabou tendo cenas de violência, depois que alguns manifestantes lançaram objetos nos policiais, que reagiram com gás lacrimogêneo.

Quando boa parte da multidão que estava em frente ao Parlamento se dispersou, a polícia de choque ainda perseguia manifestantes nas ruas próximas.

Brutalidade policial

Durante o dia, Vucic disse que ainda era a favor de uma nova fase de confinamento a partir do fim de semana, mas que uma equipe de crise do governo "decidirá amanhã" (na quinta-feira).

De acordo com a imprensa local, Vucic chamou os manifestantes de "fascistas" e disse que havia suspeita de "intromissão da inteligência estrangeira", sem fornecer nenhuma evidência

O presidente sérvio também reconheceu que alguns policiais, acusados de força excessiva na noite de terça-feira, "falharam" e seriam responsabilizados.

"Essas pessoas não estão protestando por causa do coronavírus. Elas estão falando de algum tipo de traição, de imigrantes, da rede 5G e da terra plana. E não é a primeira vez que protestam, só a violência empregada por eles é maior", declarou Vucic, citado por sites que cobrem a região dos Balcãs.

(Com informações da AFP)

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