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Europa luta contra incêndios e se prepara para temperaturas recordes

Existe uma relação direta entre as ondas de calor e a mudança climática, já que as emissões de gases de efeito estufa aumentam sua intensidade

Europa: Vários países, entre eles França e Espanha, continuam lutando, neste domingo, contra devastadores incêndios florestais, deflagrados por uma onda de calor (AFP/AFP Photo)

Europa: Vários países, entre eles França e Espanha, continuam lutando, neste domingo, contra devastadores incêndios florestais, deflagrados por uma onda de calor (AFP/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 17 de julho de 2022 às 12h12.

Última atualização em 18 de julho de 2022 às 08h35.

Vários países da Europa Ocidental, entre eles França e Espanha, continuam lutando, neste domingo (17), contra devastadores incêndios florestais, deflagrados por uma onda de calor que pode bater recordes de temperatura nos próximos dias.

Segundo os cientistas, existe uma relação direta entre as ondas de calor e a mudança climática, já que as emissões de gases de efeito estufa aumentam sua intensidade, duração e frequência.

Na Espanha, cerca de 20 incêndios florestais ainda estavam ativos e fora de controle em diferentes pontos do país, do sul ao norte.

Na Galícia (noroeste), os incêndios destruíram cerca de 4.400 hectares durante a semana, segundo as autoridades. E, na região de Málaga (sul), apenas 300 das 3.000 pessoas retiradas de casa preventivamente, devido ao avanço das chamas, puderam retornar.

A agência meteorológica prevê temperaturas "significativamente altas" na maior parte do território espanhol neste domingo (17), com até 42ºC em Logroño (norte) e 40ºC em Madri (centro) e em Sevilha (sul).

Em Portugal, país vizinho, apenas um grande incêndio é considerado ativo, perto do município de Chaves, no extremo-norte. Está “praticamente controlado” em 90% de seu perímetro, segundo a Defesa Civil.

Quase todo território português apresentava um risco “máximo”, “muito alto”, ou “elevado” de registrar incêndios neste domingo, especialmente nas regiões centro e norte. Ainda assim, nenhum alerta vermelho pelo calor foi emitido neste domingo pelo instituto meteorológico português.

É a primeira vez desde 8 de julho que as temperaturas em Portugal não devem ultrapassar os 40°C.

Os incêndios da última semana deixaram dois mortos e cerca de 60 feridos, conforme o último balanço das autoridades. As chamas destruíram entre 12.000 e 15.000 hectares, segundo cálculos oficiais.

Na Grécia, outro país onde foram declarados incêndios nos últimos dias, as autoridades decidiram evacuar sete povoados, preventivamente, em uma zona de Rethymno, na ilha de Creta. A Defesa Civil local já informou que o incêndio declarado na sexta-feira nesta ilha está controlado.

'Onda de calor se espalha'

Na França, a situação é crítica.

No sudoeste do país, os bombeiros continuam lutando contra dois incêndios que já devastaram em torno de 11 mil hectares desde terça-feira na região de Bordeaux, uma área equivalente à de Paris, relatou à AFP o engenheiro Guillaume Rozier.

Segundo a agência meteorológica Météo-France, as temperaturas podem chegar a 40ºC nessa área. No domingo, 37 departamentos estavam sob vigilância laranja pelas altas temperaturas.

"O calor está aumentando, a onda de calor está se espalhando pelo país", advertiu a mesma agência.

As autoridades preveem que segunda-feira (18) será o "dia mais quente para o oeste do país", com temperaturas que podem ultrapassar os 40ºC nas regiões da Bretanha, Baixa Normandia, Aquitânia e Occitânia ocidental.

Na turística Baía de Arcachon, às margens do Atlântico, os bombeiros conseguiram deter o avanço do fogo, embora na madrugada de domingo "vários novos incêndios ameaçassem os acampamentos da duna de Pilat, os quais tiveram de ser evacuados", disse a prefeitura da região de Gironde no Twitter.

Na área de Teste-de-Buch, as chamas avançaram durante a noite e já destruíram 3.400 hectares.

Mais para o interior, perto de Landiras, os incêndios perderam intensidade, graças a uma “estratégia eficaz” que consiste em provocar “incêndios táticos e criar corta-fogos”, explicou um porta-voz dos bombeiros. Pelo menos 7.100 hectares já foram queimados.

As temperaturas também não estão caindo no Reino Unido, onde as autoridades emitiram a primeira emergência nacional por calor extremo.

Este alerta "vermelho" implica um "risco de vida", segundo a agência meteorológica local. No sul da Inglaterra, as temperaturas podem passar dos 40°C pela primeira vez na segunda, ou na terça-feira.

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