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Europa alerta Egito para não apressar eleições após Mubarak

Apesar de cautela, líderes afirmam que transição tem de ser feita rapidamente

Egito: para acalmar os ânimos no país, líderes europeus afirmam que transição política tem de ser feita com urgência (AFP/Alejandro Pagni)
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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2011 às 10h52.

 Munique - A Alemanha e a Grã-Bretanha pediram ao Egito no sábado para fazer uma transição de líderes rapidamente, mas sem precipitar a realização de eleições, afirmando que as tradições de tolerância e justiça devem ser edificadas primeiro para que a democracia funcione.</p> 

A chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, reiteraram as exigências por uma "transição" rápida - uma expressão que se tornou o código diplomático para a renúncia do presidente Hosni Mubarak, após 30 anos de governo com o apoio dos militares.

Os líderes alertaram, no entanto, que é necessário cautela. "Eu não acredito que vamos resolver os problemas do mundo apertando um botão e realizando uma eleição... O Egito é um exemplo clássico ", Cameron disse em uma conferência sobre segurança em Munique.

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"Eu acho que uma eleição muito rapidamente no início de um processo de democratização seria errado", disse Merkel na mesma reunião, citando suas próprias experiências como ativista da Alemanha Oriental pró-democracia na época do colapso do Muro de Berlim em 1989.

Mubarak, que se comprometeu a deixar o poder em setembro, disse na quinta-feira acreditar que o caos tomaria conta do Egito se ele atendesse ao pedido dos manifestantes por sua renúncia imediata.

Analistas políticos dizem que a preocupação europeia com a realização de eleições livres no Egito vai ser interpretada por muitos no Oriente Médio como prova de ansiedade das potências ocidentais sobre a possibilidade de um governo islâmico no país mais populoso do mundo árabe.

O maior movimento de oposição no Egito, a Irmandade Muçulmana afirma que, com a liberdade de escolha, a maioria dos 80 milhões de egípcios optaria por uma lei islâmica, embora seja publicamente comprometida com o pluralismo político.

(Reportagem adicional de David Brunnstrom e Sabine Siebold)

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