A entrega dos restos mortais foi estipulada por Trump e por Kim Jong-un durante a cúpula de Singapura realizada em 12 de junho (Chung Sung-Jun/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de agosto de 2018 às 09h44.
Última atualização em 1 de agosto de 2018 às 09h45.
Seul - O Comando das Nações Unidas, liderado pelo exército dos Estados Unidos, celebrou nesta quarta-feira uma cerimônia solene para repatriar os restos mortais de 55 soldados americanos caídos na Guerra da Coreia e recentemente devolvidos pela Coreia do Norte como parte do degelo atual entre os dois países.
A cerimônia aconteceu na base aérea de Ousam, que fica 70 quilômetros ao sul de Seul, na Coreia do Sul, cinco dias depois que o regime norte-coreano permitiu que um avião americano recolhesse os restos mortais na cidade norte-coreana de Wonsan e retornasse à Coreia do Sul.
A entrega foi estipulada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante a cúpula de Singapura realizada em 12 de junho, na qual ambos assinaram uma declaração para melhorar as relações e trabalhar na desnuclearização da península se Washington garantir a sobrevivência do regime.
"Os caídos da Guerra da Coreia (1950-1953) nunca foram esquecidos pelos EUA e os outros 16 países que compõem o Comando da ONU (UNC). O Comando nunca deixa soldados para trás, vivos ou mortos, e continuará a missão de repatriação até que cada um dos soldados volte para casa", explicou o UNC em comunicado.
Cerca de 500 pessoas tomaram parte na cerimônia, incluindo o comandante do UNC, Vicent Brooks; o embaixador dos EUA na Coreia do Sul, Harry Harris, e o Ministro de Defesa sul-coreano, Song Young-moo.
Terminado o ato, está previsto que os restos mortais sejam enviados ao Havaí, onde fica a sede da Agência de Contabilização de Desaparecidos em Combate e Prisioneiros de Guerra do Departamento de Defesa (DPAA, na sigla em inglês), que será a responsável por realizar os trabalhos de identificação.
Desde 1990, os restos mortais de 629 americanos mortos na Coreia do Norte foram devolvidos a seus familiares, segundo o UNC.
Mais de 36 mil militares americanos morreram na Guerra da Coreia e cerca 7.700 desapareceram, dos quais acredita-se que 5.300 foram ao norte do paralelo 38.
Com o gesto simbólico, a Coreia do Norte procura convencer os EUA da necessidade de assinar um tratado de paz que substitua o cessar-fogo que encerrou o conflito, um documento que o regime norte-coreano considera chave para a sua sobrevivência.
No entanto, Washington mostrou dúvidas sobre esse tratado de paz e parece estar buscando primeiro ações concretas de Pyongyang que indiquem um verdadeiro compromisso para abandonar seu programa nuclear.