EUA querem punir financeiramente quem apoiou a suposta reeleição de Maduro (Miguel Gutiérrez/EFE)
Redação Exame
Publicado em 3 de setembro de 2024 às 09h22.
Última atualização em 3 de setembro de 2024 às 09h32.
Os EUA estão preparando novas sanções a autoridades do governo venezuelano em resposta à contestada reeleição de Nicolás Maduro em julho.
Segundo a Bloomberg, o Departamento do Tesouro está perto de anunciar 15 sanções individuais a autoridades ligadas a Maduro que, segundo o órgão, "obstruíram a realização de eleições presidenciais livres e justas".
As medidas têm como alvo os principais líderes que os EUA dizem ter colaborado com Maduro para minar a votação de 28 de julho, numa lista que inclui membros da autoridade eleitoral, o tribunal superior da Venezuela, a Assembleia Nacional, a polícia de inteligência e a inteligência militar. Os planos podem ser anunciados ainda esta semana.
A última onda de sanções ocorre um mês após a autoridade eleitoral declarar que Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo, apesar dos dados eleitorais publicados pela oposição que sugeriram que ele perdeu por uma ampla margem.
Protestos contra a suposta vitória de Maduro atingiram a capital Caracas e outras cidades nos dias após a votação, com mais de 2.400 venezuelanos presos — incluindo mais de 100 menores — na repressão mais feroz de seu governo de 11 anos.
EUA e outros países questionaram a legitimidade da contagem de votos, e alguns aliados de Maduro pediram ao governo que divulgasse as atas eleitorais, algo que ele não fez até hoje. Na segunda-feira, o governo de Maduro ordenou a prisão do candidato presidencial da oposição, Edmundo González. Segundo o Centro Carter, foi González quem ganhou o pleito do final de julho.
A lista de indivíduos que serão punidos incluiria um grupo de oficiais militares por trás da repressão a dissidentes de Maduro. Os EUA também estão preparando um grupo separado de sanções aos principais financiadores do regime, segundo a Bloomberg.
Na segunda-feira, o Departamento de Justiça dos EUA apreendeu um dos aviões de Maduro, um jato Dassault Falcon 900EX, após concluir que ele foi comprado e operado em violação às sanções dos EUA. O jato, que foi levado para a Flórida, foi apreendido no início deste ano pela polícia na República Dominicana quando pousou em Santo Domingo.