Talibã: grupo insurgente pede para conversar apenas com os EUA, enquanto Washington insiste que governo afegão esteja envolvido (Mohammad Ismail/Reuters)
AFP
Publicado em 16 de julho de 2018 às 19h14.
A missão da Otan no Afeganistão negou nesta segunda-feira relatos de que seu comandante disse que os EUA estão prontos para participar de negociações diretas com o Talibã.
O general norte-americano John Nicholson conversou com autoridades afegãs em Kandahar, onde afirmou que os EUA estavam "prontos" para dialogar com o Talibã - uma mudança da posição de longa data de Cabul de que precisa liderar um processo de paz.
Em um comunicado, Nicholson disse que seus comentários foram descontextualizados e que ele estava apenas reafirmando as declarações do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que em junho disse que os EUA estão preparados para "apoiar, facilitar e participar" em eventuais negociações de paz.
"Os Estados Unidos não substituem o povo afegão nem o governo afegão", disse Nicholson em comunicado divulgado pela missão de apoio da Otan.
O porta-voz da missão de apoio, o tenente-coronel Martin O'Donnell, acrescentou que os EUA estão explorando "todos os caminhos" para avançar no processo de paz.
"Mas este continua sendo um processo liderado pelos afegãos", disse O'Donnell.
O jornal New York Times informou no domingo que o governo do presidente Donald Trump havia dito a seus principais diplomatas que buscassem conversas diretas com o Talibã.
Há muito tempo que o grupo insurgente pede para conversar apenas com os EUA, enquanto Washington insiste que o governo afegão esteja envolvido.