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EUA e Cuba selam reconciliação com abertura de embaixadas

Pela primeira vez desde 1961, a bandeira cubana será hasteada na mansão de pedra calcária que era até então a Seção de Interesses de Cuba em Washington

Havana: aproximação representa o abandono da política de sanções praticada há décadas por Washington (Adalberto Roque/AFP)
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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2015 às 10h05.

Estados Unidos e Cuba vão formalizar nesta segunda-feira o restabelecimento de suas relações diplomáticas com a reabertura de embaixadas em Washington e Havana, um passo definitivo que encerra mais de meio século de ruptura e desconfiança.

Pela primeira vez desde 1961, quando os países romperam relações, a bandeira cubana será hasteada na mansão de pedra calcária que era até então a Seção de Interesses de Cuba em Washington.

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, vai oficiar a cerimônia, na qual inaugurará uma placa com o novo estatuto da representação na presença de cerca de 500 pessoas no antigo edifício, localizado em uma linha reta desde a Casa Branca.

Rodriguez, o primeiro chanceler cubano em Washington desde 1959, irá, em seguida, reunir-se com o seu colega americano, John Kerry, na sede do Departamento de Estado, onde a bandeira cubana também será içada.

Enquanto isso, em Havana, o edifício de concreto maciço que abriga a delegação dos Estadps Unidos espera uma silenciosa transformação em embaixada, sem eventos oficiais planejados até o momento.

Mas, para fins práticos, os dois países estarão assim restaurando as relações diplomáticas, fechando o último capítulo da Guerra Fria nas Américas.

Este passo é resultado do "novo espírito pragmático que molda o ambiente" entre os dois países, declarou à AFP Ted Piccone, especialista em Cuba do Instituto Brookings.

De fato, a reabertura das embaixadas é a primeira ação concreta de reaproximação desde que os dois países anunciaram em 17 de dezembro o descongelamento das relações, que foi seguido de meses de negociações.

O presidente cubano, Raúl Castro, definiu esta semana como a conclusão da "primeira fase" do processo de "normalização", cujo principal objetivo é acabar com o embargo econômico contra Cuba, em vigor desde 1962.

Em 20 de julho "começará uma nova etapa, longa e complexa, no caminho para a normalização das relações, e que necessitará de vontade para encontrar soluções para os problemas que se acumularam ao longo de cinco décadas e que afetaram os laços entre nossos países e povos", acrescentou.

A agenda bilateral é ampla: aviação civil, meio ambiente, luta contra o tráfico de droga, bem como o interesse dos educadores e empresários para aumentar o intercâmbio.

Os dois países "devem se mover rapidamente para aproveitar a reabertura", disse Piccone.

Ainda restritivo, mas mais livre

A aproximação representa o abandono da política de sanções praticada há décadas por Washington, e o reconhecimento de Havana das realidades econômicas do século XXI.

Segundo Piccone, Washington procura se aproximar de Cuba para fomentar o desenvolvimento dos cidadãos cubanos, enquanto Havana necessita "do motor econômico" dos Estados Unidos para "atualizar o modelo socialista sem precisar realizar reformas políticas".

"Há aspectos comuns nas duas abordagens, mas também profundas diferenças. Desta forma, construir a confiança será a chave para o progresso", concluiu o especialista.

Mas a alteração do estatudo diplomático terá efeitos práticos rapidamente.

A embaixada dos Estados Unidos em Havana funcionará em um ambiente restritivo, mas a situação é um progresso em relação ao status quo, ressaltou a subsecretária de Estado para a América Latina, Roberta Jacobson.

A monitorização rigorosa da polícia na frente do enorme edifício, construído em 1953 na famosa orla Malecon, será reduzida, enquanto a revista dos visitantes passará para as mãos dos americanos. Além disso, passará a valer a inviolabilidade da mala diplomática, segundo Jacobson.

Algo impensável ​​há 10 meses, diplomatas americanos, assim como os seus homólogos cubanos em Washington, terão liberdade para circular em toda a ilha e se reunir com diversos setores da sociedade, sem a necessidade de autorização do governo.

O apoio diplomático também irá gerar "confiança" entre os empresários americanos, que já não se sentirão "em território estrangeiro" ao tentar fazer negócios na ilha proibida, disse à AFP Pedro Freyre, assessor jurídico para as empresas americanas em Cuba.

A alteração do estatuto diplomático também deverá gerar um aumento de pessoal nas duas capitais para atender uma agenda bilateral mais complexa, bem como o aumento das viagens e do comércio, que já estão em andamento.

A companhia aérea americana JetBlue começará a voar entre Nova York e Havana, enquanto a Airbnb adicionou Cuba ao seu catálogo e os Estados Unidos começou a emitir licenças para empresas que operam serviços de ferry de passageiros para a ilha, a 150 quilômetros da costa dos Estados Unidos

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Pela primeira vez desde 1961, quando os países romperam relações, a bandeira cubana será hasteada na mansão de pedra calcária que era até então a Seção de Interesses de Cuba em Washington.

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, vai oficiar a cerimônia, na qual inaugurará uma placa com o novo estatuto da representação na presença de cerca de 500 pessoas no antigo edifício, localizado em uma linha reta desde a Casa Branca.

Rodriguez, o primeiro chanceler cubano em Washington desde 1959, irá, em seguida, reunir-se com o seu colega americano, John Kerry, na sede do Departamento de Estado, onde a bandeira cubana também será içada.

Enquanto isso, em Havana, o edifício de concreto maciço que abriga a delegação dos Estadps Unidos espera uma silenciosa transformação em embaixada, sem eventos oficiais planejados até o momento.

Mas, para fins práticos, os dois países estarão assim restaurando as relações diplomáticas, fechando o último capítulo da Guerra Fria nas Américas.

Este passo é resultado do "novo espírito pragmático que molda o ambiente" entre os dois países, declarou à AFP Ted Piccone, especialista em Cuba do Instituto Brookings.

De fato, a reabertura das embaixadas é a primeira ação concreta de reaproximação desde que os dois países anunciaram em 17 de dezembro o descongelamento das relações, que foi seguido de meses de negociações.

O presidente cubano, Raúl Castro, definiu esta semana como a conclusão da "primeira fase" do processo de "normalização", cujo principal objetivo é acabar com o embargo econômico contra Cuba, em vigor desde 1962.

Em 20 de julho "começará uma nova etapa, longa e complexa, no caminho para a normalização das relações, e que necessitará de vontade para encontrar soluções para os problemas que se acumularam ao longo de cinco décadas e que afetaram os laços entre nossos países e povos", acrescentou.

A agenda bilateral é ampla: aviação civil, meio ambiente, luta contra o tráfico de droga, bem como o interesse dos educadores e empresários para aumentar o intercâmbio.

Os dois países "devem se mover rapidamente para aproveitar a reabertura", disse Piccone.

Ainda restritivo, mas mais livre

A aproximação representa o abandono da política de sanções praticada há décadas por Washington, e o reconhecimento de Havana das realidades econômicas do século XXI.

Segundo Piccone, Washington procura se aproximar de Cuba para fomentar o desenvolvimento dos cidadãos cubanos, enquanto Havana necessita "do motor econômico" dos Estados Unidos para "atualizar o modelo socialista sem precisar realizar reformas políticas".

"Há aspectos comuns nas duas abordagens, mas também profundas diferenças. Desta forma, construir a confiança será a chave para o progresso", concluiu o especialista.

Mas a alteração do estatudo diplomático terá efeitos práticos rapidamente.

A embaixada dos Estados Unidos em Havana funcionará em um ambiente restritivo, mas a situação é um progresso em relação ao status quo, ressaltou a subsecretária de Estado para a América Latina, Roberta Jacobson.

A monitorização rigorosa da polícia na frente do enorme edifício, construído em 1953 na famosa orla Malecon, será reduzida, enquanto a revista dos visitantes passará para as mãos dos americanos. Além disso, passará a valer a inviolabilidade da mala diplomática, segundo Jacobson.

Algo impensável ​​há 10 meses, diplomatas americanos, assim como os seus homólogos cubanos em Washington, terão liberdade para circular em toda a ilha e se reunir com diversos setores da sociedade, sem a necessidade de autorização do governo.

O apoio diplomático também irá gerar "confiança" entre os empresários americanos, que já não se sentirão "em território estrangeiro" ao tentar fazer negócios na ilha proibida, disse à AFP Pedro Freyre, assessor jurídico para as empresas americanas em Cuba.

A alteração do estatuto diplomático também deverá gerar um aumento de pessoal nas duas capitais para atender uma agenda bilateral mais complexa, bem como o aumento das viagens e do comércio, que já estão em andamento.

A companhia aérea americana JetBlue começará a voar entre Nova York e Havana, enquanto a Airbnb adicionou Cuba ao seu catálogo e os Estados Unidos começou a emitir licenças para empresas que operam serviços de ferry de passageiros para a ilha, a 150 quilômetros da costa dos Estados Unidos

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