Repórter
Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 07h20.
O governo dos Estados Unidos admitiu sua responsabilidade na colisão aérea entre um helicóptero militar e um avião comercial nos arredores de Washington, que resultou na morte de 67 pessoas no início deste ano.
A informação foi confirmada em um documento judicial apresentado nesta quarta-feira, 17, que faz parte de um processo civil movido por familiares das vítimas contra o governo e as companhias aéreas envolvidas.
O documento, de 209 páginas, foi emitido pelo Departamento de Justiça e revelado que os EUA "admitiram que tinham um dever de cuidado em relação aos demandantes, o qual descumpriu, causando diretamente o acidente trágico". O governo reconheceu sua falha na gestão de segurança aérea e a responsabilidade pelo desastre.
O acidente ocorreu em 29 de janeiro, quando um avião da American Eagle, procedente de Wichita, Kansas, se aproximava do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington. No momento da aproximação, um helicóptero Black Hawk, operado pelo Exército dos Estados Unidos, colidiu com a aeronave comercial, resultando na queda das duas aeronaves no rio Potomac.
Este foi o acidente mais letal envolvendo um voo comercial americano em décadas, gerando mudanças nos protocolos de segurança aérea no aeroporto e colocando em evidência falhas na operação aérea.
No documento judicial, o governo americano reconheceu que os riscos de uma colisão no espaço aéreo próximo ao aeroporto Reagan não podem ser totalmente eliminados, mas admitiu que os pilotos do helicóptero Black Hawk falharam em "manter a vigilância necessária" para evitar a colisão com o avião comercial. A falha dos pilotos foi identificada como uma das principais causas diretas do acidente.
Além disso, o texto menciona que o controlador aéreo responsável no aeroporto também cometeu condutas indevidas, não cumprindo as normas federais, o que contribuiu para o desastre.
Em uma investigação preliminar realizada pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, na sigla em inglês), foram apontados instrumentos defeituosos e problemas de comunicação como possíveis fatores do acidente. No entanto, a investigação completa, que ainda está em andamento, pode levar até um ano para ser concluída, e o relatório final do NTSB ainda não foi publicado.
*Com informações da AFP