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Força-tarefa do coronavírus nos EUA prevê até 240 mil mortos

Em 20 de abril, Trump disse que no máximo 60 mil pacientes morreriam. Ontem, falou em 100 mil. Para a Casa Branca, número pode chegar a 240 mil

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca
30/04/2020  (Carlos Barria/Reuters)

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca 30/04/2020 (Carlos Barria/Reuters)

CA

Carla Aranha

Publicado em 4 de maio de 2020 às 16h16.

No mesmo dia em que Donald Trump disse que as mortes por coronavírus nos Estados Unidos devem chegar a 100 mil, a médica Deborah Birx, coordenadora da força-tarefa do governo americano para o combate à doença, revelou que a projeção real é muito maior do que as estimativas dadas pelo presidente americano.

“As estimativas são de 100 mil a 240 mil vidas americanas perdidas, e isso com base no distanciamento social que todos estamos aprendendo”, afirmou Birx em uma entrevista à rede Fox News neste domingo, dia 3. A emissora ouviu o presidente americano à noite, depois da entrevista da médica.

“Podemos perder de 75 mil, 80 mil pessoas a 100 mil. Isso é uma coisa horrível”, afirmou Trump.

Até pouco tempo atrás, o presidente americano, que vem pressionando pela reabertura econômica, tinha um outro posicionamento. No dia 20 de Abril, Trump afirmou que no máximo 60 mil pacientes não resistiriam à doença.

Não demorou muito para os Estados Unidos ultrapassarem essa marca. Hoje, já são quase 68 mil mortos e 1 milhão de infectados.

A médica Deborah Birx continua frisando a importância do distanciamento social e do uso de máscaras. Parece que nem todos assimilaram as recomendações.

O final de semana teve parques cheios em Nova York, epicentro do coronavírus nos Estados Unidos. Em Washington, milhares de famílias se reuniram no National Mall, um dos maiores parques da cidade.

Ao mesmo tempo, o país começa um processo de reabertura. Nesta segunda, 4, a Flórida deverá permitir o funcionamento do comércio, restaurantes e parques. Outros oito Estados deverão seguir as mesmas medidas.

Na administração federal, no entanto, não há um consenso nesse sentido. Estimativas feitas com base em modelos matemáticos mostram que o país poderá ter 200 mil novos casos de coronavírus por dia entre o final de maio e o começo de junho, quando a maioria dos Estados americanos deverá atingir o pico da doença.

O Texas, que retomou as atividades produtivas neste final de semana, tem registrado cerca de 1.000 novos casos por dia. No restante do país, a situação não é melhor. Em pelo menos 18 Estados, a contaminação pelo vírus vem aumentando. A retomada do comércio e de outras atividades não vai ajudar, na visão de muitos especialistas e até de representantes da Casa Branca.

 

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