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EUA admitem que ações contra o EI não são suficientes

John Kerry diz que é preciso combater o financiamento do grupo e controlar jihadistas estrangeiros para vencer o Estado Islâmico


	Combatentes do EI na Síria: para o secretário de estado dos EUA, John Kerry, o "único caminho" para pôr fim ao EI é a coalizão internacional
 (AFP)

Combatentes do EI na Síria: para o secretário de estado dos EUA, John Kerry, o "único caminho" para pôr fim ao EI é a coalizão internacional (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2014 às 11h45.

Cairo - O secretário de Estado americano, John Kerry, disse neste sábado que as atuais operações militares contra o Estado Islâmico (EI) 'não são suficientes' e que também será preciso combater o financiamento do grupo e controlar os jihadistas estrangeiros que viajam para lutar no Iraque e Síria.

Em entrevista coletiva no Cairo, Kerry se mostrou convencido de que o "único caminho" para pôr fim ao EI é a coalizão internacional, e anunciou o respaldo a essa aliança que obteve do presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, e do secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, com que se reuniu hoje.

"A única maneira de fazer frente contra o EI é uma coalizão internacional que possa apoiar o governo iraquiano em seus esforços e proporcionar ajuda militar, já que isto (sua derrota) não será conquistado unicamente com as atuais operações militares", ressaltou.

Na quinta-feira passada, os Estados Unidos e dez países árabes, mais a Turquia, acordaram na Arábia Saudita uma estratégia global para enfrentar o terrorismo, especialmente o EI, desenhada segundo um plano proposto por Washington.

A estratégia dos EUA, anunciada na quarta-feira pelo presidente Barack Obama, se baseia em ataques aéreos contra as posições dos jihadistas e em apoiar as forças iraquianas e a oposição moderada síria, sem que haja uma intervenção terrestre estrangeira.

Kerry viajou hoje ao Cairo para obter o apoio do Egito e da Liga Árabe à aliança, algo que, segundo disse, estes "garantiram completamente".

O americano também antecipou que a cúpula internacional da próxima segunda-feira em Paris terá o objetivo de unir forças para "debilitar e destruir o Estado Islâmico".

Com relação à delicada situação das relações bilaterais, Kerry destacou que estas são "das mais importantes na região" para Washington, embora lembrou que "o Egito deverá realizar eleições parlamentares e seguir trabalhando pelos direitos humanos".

"Expressamos nossa preocupação ao presidente Al Sisi sobre a questão dos direitos humanos, em particular pela lei de protestos, mas aqui há uma separação do Poder Judiciário e do Executivo e tenho a esperança de que nas próximas semanas isso seja regulado", disse.

O ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Shukri, que compareceu junto a Kerry, reconheceu que as relações são "estratégicas" para ambos e que a intenção do Cairo é alcançar acordos para pôr fim à instabilidade na região.

'Há um acordo sobre a questão palestina, e a solução deste problema suporá o fim dos problemas na região', sentenciou Shukri.

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