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Etiópia rejeita "guerra psicológica" do Egito sobre barragem

A Etiópia considerou "uma guerra psicológica" o discurso egípcio de uma ação militar contra uma barragem gigante que o governo etíope está construindo no rio Nilo


	A Etiópia respondeu ao discurso do presidente egípcio, Mohamed Mursi, no qual disse que o Egito não quer uma "guerra", mas manterá "todas as opções abertas" para evitar perder a água
 (Manan Vatsyayana/AFP)

A Etiópia respondeu ao discurso do presidente egípcio, Mohamed Mursi, no qual disse que o Egito não quer uma "guerra", mas manterá "todas as opções abertas" para evitar perder a água (Manan Vatsyayana/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2013 às 17h52.

Adis-Abeba - A Etiópia considerou "uma guerra psicológica" o discurso egípcio de uma ação militar contra uma barragem gigante que o governo etíope está construindo no rio Nilo e afirmou nesta terça-feira que, independentemente da posição do vizinho, irá se defender e continuar com as obras.

A retórica belicosa entre dois dos países mais populosos e de mais rápido crescimento da África tem gerado preocupação quanto a um conflito sobre a água, apesar de ambos os lados também estarem buscando um compromisso diplomático sobre o que seria a maior usina hidrelétrica do continente.

Respondendo a um discurso feito na segunda-feira pelo presidente egípcio, Mohamed Mursi, no qual disse que o Egito não quer uma "guerra", mas manterá "todas as opções abertas" para evitar perder a água, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Etiópia disse: "Este tipo de alarde não vai desviar a nossa atenção."

O porta-voz Dina Mufti acrescentou: "A Etiópia não se intimida com a guerra psicológica do Egito e não suspenderá a construção da barragem, mesmo por alguns segundos." Governantes militares anteriores do Egito tinham planos de contingência para atacar barragens etíopes que pudessem interromper o fluxo de água no Nilo.

Alguns políticos foram pegos em vídeos na semana passada falando de ataques aéreos ou de apoio a rebeldes etíopes, depois que o início de uma nova fase da obra pegou o Egito de surpresa no fim de maio.

Perguntado se a Etiópia estava considerando medidas para defender a barragem, Dina disse: "Nenhum país opera sem precauções, e muito menos a Etiópia, que tem um histórico de defender a independência de todas as forças do mal." A Etiópia, majoritariamente cristã, e o Egito árabe-muçulmano compartilham uma longa história de desconfiança e atrito, incluindo sobre o Nilo.

O ministro das Relações Exteriores do Egito, que já disse que não vai desistir "nem de uma única gota de água", deve visitar a Etiópia. Mursi espera chegar a uma solução política com a Etiópia e disse compreender as necessidades para o desenvolvimento econômico do "Estado amigo".

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