Etiópia espera dobrar produção agrícola até 2015
País africano acredita que, em cinco anos, não vai precisar de ajuda internacional para alimentar sua população
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Maputo, Moçambique - A Etiópia, país que praticamente virou sinônimo de fome no mundo, espera não precisar de ajuda internacional para alimentar sua população em cinco anos. A promessa foi repetida pelo primeiro-ministro Meles Zenawi nessa quarta-feira (15), durante a apresentação do programa quinquenal do governo para o partido dele.
Segundo Zenawi, a produção agrícola etíope aumentou 8% entre 2005 e 2010, e a expectativa é dobrar essa cifra até 2015. A ideia é atrair mais investidores estrangeiros para o setor, autorizando a instalação de fazendas para produção em larga escala. O plano também prevê facilitar o acesso de milhões de pequenos agricultores aos mercados. Eles perfazem 85% da população.
A exploração de petróleo e gás também já traz divisas internacionais para a Etiópia. A Turquia, Índia, China e o Egito têm negócios no país. Mas as indústrias respondem por pouco mais de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) anual. Setores como o bancário e de telecomunicações são pequenos, o que atrapalha a atração de investidores.
A instabilidade política também preocupa os investidores, tanto interna quanto dos vizinhos Eritréia, Somália e Sudão. O primeiro-ministro Zenawi mantém sua posição desde 1995, quando houve as primeira eleições na história recente. Ele foi reeleito em 2005 e neste ano, segundo grupos opositores, mediante fraude e opressão de etnias rivais.
O otimismo do primeiro-ministro se baseia no crescimento da economia do país nos últimos cinco anos que, na média, ficou em 11%. De acordo com Meles Zenawi, a estimativa agora é encostar nos 15% anuais. Menos otimista, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê crescimento de 7% este ano.
A Etiópia é o país africano que há mais tempo é independente e tem a segunda maior população do continente, atrás apenas da Nigéria. Dos seus 85 milhões de habitantes, 5 milhões precisam de ajuda internacional direta para comer. Outros 7 milhões dependem de um programa governamental de ajuda alimentar, chamado de Rede de Proteção, que também recebe fundos internacionais.
Mesmo com o crescimento nos últimos anos, a Etiópia ainda é o segundo país mais pobre do mundo, segundo índice da universidade britânica Oxford, atrás apenas da Somália.
Leia mais notícias sobre a África
Siga as notícias do site EXAME sobre Mundo no Twitter