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Estes são os protestos que abalaram o mundo em 2019

Economias à beira do colapso, desejo de maior democracia, aversão contra a corrupção e a desigualdade: as queixas que levaram multidões às ruas em 2019

Protestos no Chile: no mundo inteiro, multidões foram às ruas protestar contra governos e a desigualdade (Henry Romero/Reuters)

Protestos no Chile: no mundo inteiro, multidões foram às ruas protestar contra governos e a desigualdade (Henry Romero/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 7 de dezembro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 7 de dezembro de 2019 às 07h00.

Economias à beira do colapso, desejo de maior democracia, aversão contra a corrupção e a desigualdade: as queixas que levaram multidões às ruas em protestos em 2019 se repetiram em todos os continentes. Alguns marcharam pacificamente, outros entraram em violento confronto com as forças de segurança e, em pelo menos cinco lugares, os protestos ajudaram a derrubar líderes do governo.

Confira os protestos que marcaram 2019, por região, e os principais motivos por trás das manifestações.

Global

Um movimento determinante de 2019 foi o impulso mundial por medidas mais urgentes dos governos contra o que cientistas e ativistas chamam de emergência climática. Manifestações ocorreram em no mundo todo, muitas inspiradas nas greves escolares de 2018 iniciadas pela adolescente sueca Greta Thunberg.

Américas

Porto Rico
Após um furacão, um pedido de falência e investigações sobre corrupção, os protestos de porto-riquenhos levaram à renúncia do governador Ricardo Rosselló em julho.

Venezuela
A hiperinflação e a fome impulsionaram a oposição contra o regime repressivo do presidente Nicolás Maduro. Até o momento, ele se mantém no poder.

Colômbia
O presidente Ivan Duque prometeu reduzir os impostos para o quintil mais pobre do país depois que a agitação social levou à morte de pelo menos quatro pessoas, incluindo um adolescente.

Equador
Quando o governo anunciou o fim dos subsídios aos combustíveis, o país mergulhou no caos. A medida foi revertida dias depois.

Bolívia
O presidente Evo Morales liderou o crescimento econômico, mas ignorou os limites de mandato. Foi forçado a renunciar em 10 de novembro.

Chile
A ira provocada pelos reajustes dos preços do transporte público se transformou num movimento de grandes proporções, que protestou contra a desigualdade.

Europa

Escócia
Mais de 200 mil pessoas marcharam por Edimburgo em apoio à independência do Reino Unido.

Reino Unido
O Reino Unido teve grandes manifestações a favor e contra o Brexit, que deve definir o futuro do país.

França
Um ano após os protestos dos coletes amarelos, as manifestações diminuíram em tamanho, mas as queixas permanecem.

Catalunha
O impasse entre a Catalunha e o governo da Espanha voltou à tona, sem nenhuma solução à vista.

República Tcheca
O primeiro-ministro Andrej Babis, uma das pessoas mais ricas do país, foi alvo dos maiores protestos da nação desde 1989.

Eslováquia
Os eslovacos foram às ruas em outubro para exigir investigações sobre crimes e corrupção do governo.

Rússia
Moscou tem sido o foco das maiores manifestações contra o governo em sete anos.

África e Oriente Médio

Argélia
O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, tentou um quinto mandato, o que provocou protestos. Bouteflika renunciou em abril.

Líbano
Um imposto para ligações via WhatsApp despertou uma insatisfação reprimida, obrigando o primeiro-ministro Saad Hariri a renunciar em outubro.

Iraque
O primeiro-ministro Adel Abdul-Mahdi renunciou depois que centenas de pessoas protestaram contra a corrupção e a influência do governo do Irã.

Irã
Os aumentos dos preços do combustível resultantes das sanções dos EUA provocaram protestos que levaram a mais de 200 mortes, segundo a Anistia Internacional.

Sudão
Omar al-Bashir esmagou a dissidência durante seus 30 anos de presidência, mas o descontentamento com os preços levou a manifestações e à sua renúncia em abril.

Malawi
Alegações de fraude eleitoral levaram dezenas de milhares de pessoas às ruas de cidades do Malawi em agosto.

África do Sul
A precariedade dos serviços públicos e a falta de moradias foram os principais motivos das violentas manifestações que eclodiram em abril.

Extremo Oriente e Oceania

Coreia do Sul
Dezenas de milhares de pessoas protestaram contra a nomeação de Cho Kuk como ministro da Justiça. Ele renunciou depois de cinco semanas no cargo.

Hong Kong
Uma manifestação em junho contra um projeto de lei que permite a extradição para a China se transformou em um movimento de larga escala contra o governo chinês.

Indonésia
Os protestos de outubro tinham como alvo o programa do governo, que inclui polêmicas mudanças no código criminal.

Papua
Na região leste da Indonésia, confrontos entre separatistas e forças do governo em agosto e setembro resultaram em muitas mortes.

 

 

 

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