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Espanha não espera que bancos peçam ajuda em 2011

Presidente do banco central destacou os bons resultados que os bancos do país tiveram no teste de estresse e minimizou necessidade de ajuda

O presidente do banco central espanhol defendeu a transparência no setor financeiro (Stock.XCHNG/EXAME.com)

O presidente do banco central espanhol defendeu a transparência no setor financeiro (Stock.XCHNG/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2010 às 18h23.

O presidente do Banco da Espanha (o banco central do país), Miguel Angel Fernandez Ordoñez, afirmou não acreditar que os bancos do país precisarão recorrer ao fundo de socorro estatal em 2011 para obter mais dinheiro. Ordoñez, que também é membro do conselho diretor do Banco Central Europeu (BCE), observou, no entanto, que se isso for preciso os recursos estarão à disposição.

Hoje, a Moody's Investors Service elevou em 63% a estimativa de perdas com crédito pelo sistema bancário espanhol, para 176 bilhões de euros, dizendo que os bancos do país apenas reconheceram metade desse valor até agora e precisarão de mais 17 bilhões de euros para lidar com o prejuízo.

Ordoñez informou que o banco central está pedindo aos bancos do país que detalhem suas necessidades de financiamento de curto, médio e longo prazos como parte de uma série de medidas que pretendem aumentar a transparência e a confiança do setor bancário espanhol.

A autoridade destacou que os investidores parecem ter esquecido que os bancos espanhóis tiveram resultados bons nos testes de estresse feitos pela União Europeia neste ano. "É importante destacar que os testes de estresse realizados no nosso país foram mais completos e ofereceram mais detalhes", disse a autoridade.

Para combater o ressurgimento de dúvidas sobre o setor bancário entre os investidores, Ordoñez disse que as instituições financeiras espanholas devem se mostrar de forma transparente, "porque quando a percepção da realidade é muito pior do que a realidade, a melhor resposta é explicar tudo em detalhes".

Ordoñez disse ainda que está convencido de que os bancos de poupança espanhóis que estão se fundindo vão concluir esses processos até o Natal, que é o fim do prazo dado pelo banco central do país para isso. O Banco da Espanha forçou uma série de uniões entre as chamadas "cajas", o que vai reduzir a quantidade de bancos desse tipo de 45 para 17.

O setor bancário espanhol se saiu relativamente bem durante os piores momentos da crise financeira global, mas a Espanha tem sido duramente prejudicada pela crise de dívida europeia e, como resultado, os bancos do país estão tendo dificuldades para se financiar nos mercados internacionais. As informações são da Dow Jones.

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