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Espanha é única interlocutora da crise na Catalunha, diz Bélgica

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, defendeu "uma solução política duradoura" para resolver o conflito

Bélgica: a situação da Catalunha irrompeu hoje totalmente na agenda política belga (Eric Vidal/Reuters)

Bélgica: a situação da Catalunha irrompeu hoje totalmente na agenda política belga (Eric Vidal/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de novembro de 2017 às 10h03.

Bruxelas - O primeiro-ministro belga, Charles Michel, afirmou nesta quarta-feira que a Bélgica tem um único interlocutor no contexto da crise catalã, "que é o governo de Madri", e defendeu "uma solução política duradoura" para resolver o conflito.

"Não há nenhuma ambiguidade. Temos um interlocutor, que é o governo de Madri, o governo da Espanha, por todos os canais diplomáticos", afirmou Michel perante os deputados da Comissão de Interior do Parlamento Federal, em um debate centrado na situação na Catalunha.

A situação da Catalunha irrompeu hoje totalmente na agenda política belga, em um debate na Comissão de Interior do parlamento belga e outro na câmara regional de Flandes, que tratará o assunto esta tarde.

No debate federal, 11 das 22 perguntas apresentadas ao primeiro-ministro estiveram centradas na crise catalã e o papel da Bélgica desde a chegada do ex-presidente catalão destituído, Carles Puigdemont, a Bruxelas no último dia 30 de outubro.

Apesar dos adjetivos de alguns eurodeputados à crise, que a apelidaram de "affaire belgocatalane" (caso belga-catalão), Michel ressaltou que "há uma crise política na Espanha, e não na Bélgica", que "propiciou comentários políticos e interpretações midiáticas".

Michel respondeu assim às reações de membros do seu governo de coalizão, com a Nova Aliança Flamenga (a separatista N-VA) como partido majoritário, que se sucederam nestes dias apesar de o primeiro-ministro ter pedido "discrição", segundo admitiu durante o debate.

Após as declarações públicas de Puigdemont em entrevista coletiva em Bruxelas, disse Michel, seu governo defende "uma posição de bom senso".

Segundo acrescentou, Puigdemont é um "cidadão europeu que deve responder por seus atos com direitos e obrigações, sem privilégios, nem mais nem menos, a quem goste e não goste".

"Isto quer dizer que o governo belga trata com o respeito do Estado de Direito a situação de todos os cidadãos europeus", explicou.

Às perguntas sobre o papel do Executivo belga na crise, Michel destacou que "o assunto está nas mãos da Justiça".

"Como primeiro-ministro, considero que não devo pronunciar-me sobre as decisões da Justiça. Nem na Bélgica, nem em outro país europeu", completou.

Michel admitiu que, ainda que a crise esteja na Espanha, "houve um rebote judicial na Bélgica", mas considerou que "não é uma questão política, mas judicial".

"É preciso deixar à Justiça trabalhar, sobre a ordem de detenção europeia o governo não se pronunciará", salientou.

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