Policiais conduzem refugiados: "de agora em diante não vamos tomar de maneira voluntária uma decisão que permita a criação de uma comunidade muçulmana", disse premiê (Srdjan Zivulovic/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 18h20.
Última atualização em 17 de abril de 2019 às 11h49.
Praga - O governo da Eslováquia anunciou nesta quinta-feira que endurecerá de novo sua política migratória frente à chegada de possíveis refugiados do Oriente Médio, para evitar a criação de grandes comunidades muçulmanas no país.
"De agora em diante não vamos tomar de maneira voluntária uma decisão que permita a criação de uma comunidade muçulmana, com todos os riscos que vemos em outros países europeus", disse hoje o primeiro-ministro eslovaco, o social-democrata Robert Fico.
"A ideia de uma Europa multicultural é irrealizável, é uma ficção, é um sonho que não funciona", assegurou o premiê em entrevista coletiva em Bratislava.
A Eslováquia acaba de legislar emendas constitucionais e leis antiterroristas para aumentar o poder dos órgãos de segurança a fim de combater o terrorismo islamita.
Quanto aos refugiados, o governo de Fico tinha defendido até agora o princípio de voluntariedade para receber solicitantes de asilo, rejeitando qualquer cota obrigatória postulada pela União Europeia.
Este novo endurecimento do discurso de Fico é anunciado apesar de que na Eslováquia quase não vivem muçulmanos e que se tenham registrado no ano passado apenas 169 solicitações de asilo, das quais apenas oito foram aceitas.
Porém, a dois meses das eleições legislativas, o partido governante SMER segue somando apoios nas enquetes com sua postura dura frente aos refugiados.
Por isso, o primeiro-ministro anunciou hoje que também se revisará o destino das contribuições eslovacas aos fundos europeus de refugiados.
"A ajuda econômica dirigida à crise migratória será claramente orientada à proteção da fronteira exterior da região Schengen (de livre circulação comunitária)", ressaltou Fico.