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Escolas e universidades fecham em Hong Kong pelo quarto dia consecutivo

Um possível toque de recolher no final de semana aumentou novamente a tensão em Hong Kong

Hong Kong: protestos contra a China já duram cinco meses (Thomas Peter/Reuters)

Hong Kong: protestos contra a China já duram cinco meses (Thomas Peter/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de novembro de 2019 às 15h12.

Última atualização em 14 de novembro de 2019 às 15h13.

As escolas e universidades de Hong Kong permaneceram fechadas nesta quinta-feira (14), pelo quarto dia consecutivo, em consequência de ações dos manifestantes pró-democracia, que bloqueiam o território semiautônomo chinês.

A tensão voltou a subir hoje, quando o jornal em língua inglesa "Global Times", próximo às autoridades chinesas, disse que o governo de Hong Kong pode anunciar um toque de recolher no fim de semana.

Publicada em uma mensagem no Twitter, a informação foi apagada sem explicações, e o governo de Hong Kong não confirmou, ou desmentiu, a notícia.

Depois de mais de cinco meses de manifestações, o movimento de protesto na ex-colônia britânica começou a aplicar esta semana uma nova tática, chamada de "eclosão em todos os lugares", que consiste em ações simultâneas em vários pontos do território ao mesmo tempo.

Os protestos são executados por pequenos grupos, formados principalmente por estudantes.

Nesta quinta-feira, várias avenidas foram bloqueadas com barricadas.

Um dos três túneis expressos do território foi fechado, ao mesmo tempo em que várias estações de metrô e linhas de ônibus estavam fora de serviço, o que paralisa boa parte da cidade de 7,5 milhões de habitantes.

As autoridades determinaram que escolas e universidades não abram as portas a partir da próxima semana. Os hospitais adiaram cirurgias não emergenciais, e muitas lojas estavam fechadas.

O governo de Hong Kong pediu às empresas que tenham compreensão com os funcionários que não conseguem chegar ao local de trabalho.

No horário de almoço, muitas pessoas que compareceram ao trabalho participaram dos atos de protesto.

No bairro Central, sede de várias empresas estrangeiras, milhares de pessoas bloqueavam as ruas.

Hong Kong vive a crise política mais grave desde a devolução do Reino Unido à China em 1997. Os manifestantes pró-democracia mantêm as reivindicações ao governo local e a Pequim.

Durante a semana foram registradas cenas de violência no território, em particular no metrô, que em condições normais é utilizado por quatro milhões de pessoas ao dia.

O governo informou que 70 pessoas foram hospitalizadas na quarta-feira, duas delas em estado crítico, incluindo um idoso de 70 anos atingido por um tijolo na cabeça.

A polícia usou gás lacrimogêneo perto da Universidade Politécnica de Hong Kong, para onde foram convocados protestos.

Em uma mensagem publicada no Facebook, a polícia acusou os "amotinados" de lançar flechas contra os agentes.

Os estudantes começaram a usar novas armas, como catapultas artesanais, arcos, flechas e raquetes de tênis, para rebater as granadas de gás lacrimogêneo.

No campus, os estudantes construíram muros e barricadas de cimento para evitar uma possível intervenção da polícia.

Em setembro, o Executivo local desistiu do projeto de lei que autorizaria extradições para a China continental, o estopim dos protestos.

Desde então, porém, recusa-se a fazer novas concessões e defende a ação da polícia.

O governo de Pequim é ainda mais inflexível e deu a entender que poderia reforçar as medidas de segurança contra a violência.

 

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