Mundo

Equador detém 275 pessoas, mas protestos contra combustíveis continuam

Manifestações começaram depois que o governo retirou subsídio e preço do combustível teve alta de 123%; presidente decretou estado de exceção

Equador: país passa por ondas de protestos após aumento no preço dos combustíveis (Ivan Castaneira/Reuters)

Equador: país passa por ondas de protestos após aumento no preço dos combustíveis (Ivan Castaneira/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 4 de outubro de 2019 às 12h55.

Protestos contra cortes nos subsídios dos combustíveis voltaram a paralisar os transportes em grandes cidades do Equador nesta sexta-feira, um dia após tumultos durante os quais 275 pessoas foram presas e 28 policiais ficaram feridos, disse o governo.

Testemunhas disseram que os serviços de ônibus e táxis continuavam em greve. Os preços dos combustíveis dispararam na quinta-feira devido às medidas fiscais adotadas pelo presidente Lenín Moreno no início da semana.

Ainda na quinta-feira, manifestantes mascarados atiraram pedras e enfrentaram a polícia na capital Quito, provocando grandes estragos em meio aos piores distúrbios em anos na nação petrolífera de 17 milhões de habitantes.

Moreno, que aproximou o Equador dos mercados depois de anos de um governo de esquerda e alinhou as políticas a um empréstimo de 4,2 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI), descartou os subsídios dos combustíveis, que duravam décadas, e anunciou mudanças tributárias.

Isso enfureceu sindicatos do setor de transportes, cuja ação contou com a participação de grupos indígenas, estudantes e outros sindicatos.

O líder dos caminhoneiros, Luis Vizcaino, pediu diálogo com o governo.

"Todos os setores de transporte do Equador estão em crise... temos que nos sentar... precisamos chegar a uma medida intermediária", disse ele à TV local.

Até a noite de quinta-feira, 275 pessoas haviam sido presas e 28 policiais tinham ficado feridos, disse o Ministério do Interior.

Como o governo declarou o estado de exceção no mesmo dia, a polícia acionou veículos blindados e usou gás lacrimogêneo para repelir os manifestantes e impedi-los de chegar ao palácio presidencial.

Os preços do diesel subiram de 1,03 dólar para 2,30 dólares por galão de 4,5 litros na quinta-feira, e a gasolina foi de 1,85 dólar para 2,39 dólares.

"Tenho coragem de tomar as decisões certas para o país", disse Moreno a repórteres, elogiando os serviços de segurança por conter a violência.

O Equador tem um longo histórico de instabilidade.

Protestos de rua derrubaram três presidentes durante o caos econômico visto na década anterior ao governo do antecessor de Moreno, Rafael Correa, iniciado em 2007.

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisEquadorPrisõesProtestos no mundo

Mais de Mundo

Donald Trump nomeia Susie Wiles como chefe de gabinete

Milei terá encontro com Trump na semana que vem nos Estados Unidos

Setores democratas atribuem derrota de Kamala à demora de Biden para desistir da disputa

Pelúcias inspiradas na cultura chinesa viralizam e conquistam o público jovem