Apesar das dúvidas, a construção de Angra 3 vai continuar (INFO)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2011 às 17h05.
São Paulo - O plano de construção de quatro novas usinas nucleares no Brasil até 2030 está sendo reavaliado, de acordo om o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim.
"No curto prazo, só temos a construção de Angra 3, não tem nenhuma outra usina planejada. No médio prazo, a gente tem a construção de mais quatro usinas até 2030, mas isso é uma questão que está em suspenso justamente por causa do que aconteceu (em Fukushima, no Japão)", disse ele a jornalistas.
Mais cedo, em evento no Rio de Janeiro, o ministro Edison Lobão, disse que o governo vai manter o plano de expansão de energia nuclear. Ele mencionou quatro novas usinas além de Angra 3.
O programa nuclear de diversos países vem sendo reavaliado depois do desastre com as usinas de Fukushima no Japão, após terremoto e tsunami em março.
Tolmasquim reafirmou que a prioridade do governo brasimeiro ainda é o desenvolvimento da fonte hidrelétrica, mas que as fontes eólica, de biomassa e a gás natural também contuinuam com perspectiva de crescimento.
Já o carvão mineral não é necessário, disse Tolmasquim. Ele explicou que, com os compromissos de redução de emissão de gases do efeito estufa estabelecidos pelo Brasil, fica difícil justificar a geração de energia elétrica a carvão.
"Do ponto de vista energético, o carvão não é necessário e do ponto de vista ambiental, não é desejável", disse.
Representantes do segmento de carvão se reuniram na quarta-feira com o Ministério de Minas e Energia e reivindicaram a participação dessa fonte nos leilões de energia.
Tolmasquim disse que não participou da reunião.
Sobra de energia
O presidente da EPE disse que o Brasil está em uma situação confortável de sobra de energia elétrica. A sobra de energia será de cerca de 5 mil megawatts médios (MW médios) em 2013 e ultrapassará esse volume em 2014.
"Em 2012, tem um pouco menos que isso mas já tem um excedente", disse Tolmasquim, minimizando o impacto de atraso de entrada em operação de algumas térmicas.
O presidente da EPE disse ainda que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) estão avaliando o que será feito em relação a essas usinas e, caso seja necessário, eventualmente, caçar a autorização para operação das usinas.
"É claro que não se vai caçar se as usinas só estiverem atrasadas e forem entrar", afirmou.