Envolvido na investigação de Hillsborough renuncia a cargo
Quando o desastre ocorreu, Bettinson, atualmente com 56 anos, era inspetor de polícia, e estava no estádio como torcedor
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 13h39.
Londres - O comissário-chefe da polícia de West Yorkshire, no norte da Inglaterra, Norman Bettison, renunciou nesta quarta-feira a seu cargo, devido as investigações sobre a atuação das forças de segurança na tragédia do estádio de Hillsborough em 1989, quando 96 torcedores do Liverpool morreram.
Quando o desastre ocorreu, Bettinson, atualmente com 56 anos, era inspetor de polícia, e estava no estádio como torcedor. Ele acabou se envolvendo com as investigações.
O pedido de demissão acontece depois que um ex-colega, durante uma aula na Escola de Negócios de Sheffield, revelou que em uma ocasião, escutou Bettinson se vangloriar de ter colaborado para confeccionar uma explicação falsa sobre a tragédia.
O policial, cuja atuação já estava sendo investigada pelo Comitê Independente de Queixa à Polícia (IPCC), negou as acusações. "A ideia de que eu teria confessado para alguém que quase não conhecia é tão incrível como falsa", afirmou.
Bettinson ainda garantiu que mantém seu "compromisso de colaborar" com as investigações. Segundo ele, as novas investigações serão importantes para separar fatos de meras especulações. O policial ainda firmou que não renuncia pelas acusações feitas contra ela, mas porque as dúvidas sobre seu trabalho na tragédia viraram "uma distração para o trabalho da Polícia em West Yorkshire".
Em setembro, um relatório independente foi divulgado apontando que a polícia alterou provas e declarações para atribuir a tragédia a ações dos torcedores do Liverpool. No início deste mês, o procurador-geral do Reino Unido, Dominic Grieve, fez pública sua intenção de pedir a anulação das investigações sobre a tragédia.
Um ano depois do esmagamento dos torcedores, a justiça britânica sentenciou que todas as mortes foram acidentais, tese que os familiares das vítimas questionaram desde o primeiro momento. O relatório apontou que todas as 41 pessoas poderiam ter sido reanimadas se tivesse ocorrido atendimento adequado.