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Enchentes provocam 248 mortes no Paquistão

As inundações deixaram ainda seis milhões de desabrigados no país

Cheias no Paquistão, em agosto de 2010, deixaram 5 milhões de desabrigados: as enchentes foram as piores da história do país (Getty Images)

Cheias no Paquistão, em agosto de 2010, deixaram 5 milhões de desabrigados: as enchentes foram as piores da história do país (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2011 às 11h09.

Islamabad - O primeiro-ministro paquistanês, Yousuf Raza Gillani, suspendeu nesta sexta-feira sua viagem a Nova York, onde participaria da Assembleia Geral da ONU, por causa das graves enchentes que já mataram 248 pessoas e deixaram seis milhões de desabrigados em seu país.

Segundo a ONU, já foram registrados 36 surtos de diversas doenças, a maioria delas ligada à diarreia aguda, apesar de a malária também estar assolando a população, que em 2010 sofreu com as piores enchentes da história do Paquistão.

As agências de auxílio humanitário da ONU se dirigiram para a província de Sindh, epicentro do desastre nesta ocasião, e estão tentando socorrer os moradores.

"A situação está piorando por causa das epidemias", informou à Agência Efe uma fonte da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA, na sigla em inglês), Imtiaz Mohyudin.

O último relatório da NDMA informa que 578 pessoas ficaram feridas e quase dez mil casas foram danificadas ou totalmente destruídas. As chuvas também acabaram com mais de 12 mil cabeças de gado e ameaçam o sustento da população agrícola.

Uma porta-voz da Oxfam, Bisma Akbar, afirmou à Efe que a diarreia, a hepatite e a malária são as doenças que mais preocupam a organização, mas não informou quantas pessoas foram atingidas pela catástrofe.

As agências humanitárias também tentam evitar que a cólera se alastre, já que neste ano houve vários surtos da doença em diferentes pontos do Paquistão. Quase todos os distritos da província de Sindh foram afetados pelas chuvas, uma catástrofe geograficamente limitada em comparação com a de 2010, quando mais de 20 milhões de pessoas foram prejudicadas pelas fortes precipitações.

Neste ano as chuvas começaram com menos força e não afetaram o norte paquistanês, mas em agosto já havia sintomas de que vários distritos de Sindh precisavam de ajuda urgente. Apesar da catástrofe, o governo não pediu a intervenção da ONU até o início de setembro, quando comprovou que a situação estava fora de controle.

Um dos primeiros distritos a ser atingido foi o de Badin, onde semanas depois a situação continua preocupante. No distrito, segundo fontes oficiais consultadas pela Efe, foram registrados muitos casos de malária - embora sem registro de mortes - e 77.450 pessoas foram transferidas para a cidade de Hyderabad.

Diante do cancelamento da participação de Gillani na Assembelia Geral da ONU, a ministra das Relações Exteriores, Hina Rabbani Khar, liderará a delegação paquistanesa que irá às sessões nas quais a Palestina pedirá seu reconhecimento como Estado, algo que o Paquistão sempre apoiou.

O gesto tem repercussão política, pois no ano passado o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, foi duramente criticado por viajar ao Reino Unido e a outros países no momento mais complicado das enchentes.

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