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Empresas questionam relevância de IPOs, diz CEO do Goldman Sachs

David Solomon destaca que mercados privados de capitais oferecem alternativas robustas ao modelo tradicional de IPO.

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 08h23.

Empresas privadas estão reconsiderando a relevância dos IPOs à medida que o mercado privado de capitais oferece alternativas robustas, afirmou David Solomon, CEO do Goldman Sachs, em entrevista recente, segundo o Financial Times.

O executivo destacou que, com as condições atuais, grandes companhias podem levantar capital e proporcionar liquidez a acionistas sem a necessidade de abrir capital publicamente, desafiando paradigmas tradicionais.

"Hoje, empresas podem acessar grandes volumes de capital permanecendo no mercado privado, eliminando parte dos motivos históricos para se tornarem públicas", declarou Solomon. Ele também enfatizou que o processo de IPO exige transformações operacionais significativas, incentivando as empresas a avaliarem cuidadosamente se essa escolha está alinhada com suas estratégias de longo prazo.

Desaceleração no mercado de IPOs

Desde 2021, o mercado global de IPOs tem enfrentado uma desaceleração, particularmente no setor de tecnologia. Grandes companhias como Stripe e SpaceX optaram por permanecer privadas, captando recursos por meio de rodadas de venture capital, fundos soberanos e mercados secundários, permitindo que funcionários liquidem suas participações.

A capacidade de levantar bilhões de dólares no mercado privado, muitas vezes com menos exigências regulatórias, atrai empresas que preferem evitar os custos e a exposição pública. "É essencial entender as implicações de operar sob o escrutínio constante de investidores e reguladores", reforçou Solomon.

Inteligência artificial em foco

Solomon também abordou o papel crescente da inteligência artificial (IA) nas operações do Goldman Sachs, mencionando como a tecnologia tem acelerado processos, como a elaboração de documentos para IPOs. "A IA não apenas otimiza tarefas administrativas, mas também libera os bancos para focarem em análises estratégicas", explicou.

Ele destacou ainda a discrepância entre as avaliações de empresas nos mercados públicos e privados, mesmo quando investidores em ambos os cenários são os mesmos. "Essa desconexão levanta questões sobre a coerência do sistema e como as decisões de investimento são tomadas em diferentes contextos de mercado", ponderou.

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