Mundo

Emissões per capita de carvão no G20 aumentam, diz estudo

O grupo, cujos líderes se reúnem em Nova Délhi neste fim de semana, é responsável por 80% das emissões mundiais relacionadas ao setor energético

Entre 2015 e 2022, as emissões per capita vinculadas ao carvão no G20 aumentaram 9% (AFP/AFP Photo)

Entre 2015 e 2022, as emissões per capita vinculadas ao carvão no G20 aumentaram 9% (AFP/AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 5 de setembro de 2023 às 11h53.

As emissões per capita pela queima de carvão no G20 continuam aumentando, apesar dos compromissos climáticos assumido por alguns membros deste grupo de grandes economias do mundo, segundo um relatório publicado nesta terça-feira, 5.

O grupo, cujos líderes se reúnem em Nova Délhi neste fim de semana, é responsável por 80% das emissões mundiais relacionadas ao setor energético.

Fique por dentro das últimas notícias no Telegram da Exame. Inscreva-se gratuitamente

Porém, em uma cúpula anterior em julho, os delegados destes países não entraram em consenso sobre um máximo de emissões globais em 2025 ou para impulsionar maciçamente o uso de energia renovável.

Entre 2015 e 2022, as emissões per capita vinculadas ao carvão no G20 aumentaram 9%, segundo uma pesquisa publicada pelo Ember, um think tank que promove o uso de energias renováveis.

Redução

Doze membros do bloco, incluindo os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido, reduziram significativamente as suas emissões. Porém, as de outros países aumentaram como China, Indonésia e Índia, país organizador desta cúpula.

A Indonésia, que no ano passado obteve um compromisso de 20 bilhões de dólares (104 bilhões reais na cotação da época) dos países ricos para reduzir o seu consumo de carvão, aumentou as emissões relacionadas ao carvão em 56% desde 2015.

Alguns países que conseguiram reduzir as suas emissões globais permanecem acima da média mundial per capita, diz o relatório.

"A China e a Índia são frequentemente apontadas como os principais poluidores por carvão", diz Dave Jones, pesquisador do Ember. "Porém, se considerarmos a população, a Coreia do Sul e a Austrália ainda foram os piores em 2022", acrescenta.

Este aumento ocorre apesar dos repetidos avisos de que é necessário reduzir as emissões associadas aos combustíveis fósseis para proteger a habitabilidade do planeta.

A utilização de usinas a carvão que não utilizam sistemas de captura do carbono emitido deverá diminuir entre 70 e 90% em oito anos, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU. Porém, muitos membros do G20 ainda não elaboraram estratégias para reduzir a utilização do carvão, diz o Ember.

"O crescimento da energia solar e eólica ajuda a reduzir as emissões de carbono per capita em muitos países, mas ainda não é suficiente para acompanhar o ritmo da crescente demanda por eletricidade na maioria dos países emergentes", alerta o informe.

O 'think tank' apelou aos membros do G20 para que cheguem a um acordo neste fim de semana para triplicar a utilização de energias renováveis até 2030 e apresentem políticas claras para prescindir do carvão

Acompanhe tudo sobre:Emissões de CO2G20Efeito estufa

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos