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Emirados Árabes aumentam pressão sobre Catar com ameaças

País ameaçou qualquer cidadão que expresse simpatia com o vizinho de Golfo Pérsico com até 15 anos de prisão

Anwar Gargash: ministro disse que o Catar precisa assumir compromissos "rígidos" com mudanças nas políticas de financiamento de militantes (Ben Job/Reuters)

Anwar Gargash: ministro disse que o Catar precisa assumir compromissos "rígidos" com mudanças nas políticas de financiamento de militantes (Ben Job/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de junho de 2017 às 10h51.

Dubai / Doha  - Os Emirados Árabes Unidos aumentaram a pressão sobre o Catar nesta quarta-feira ameaçando qualquer um que expresse simpatia com o vizinho de Golfo Pérsico com até 15 anos de prisão e impedindo a entrada de portadores de passaportes ou vistos de residência catarianos.

Os esforços para resolver a crise regional desencadeada na segunda-feira, quando Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito e outros cortaram laços diplomáticos com o Catar devido a seu suposto apoio ao Irã e a grupos radicais islâmicos, não mostraram sinais imediatos de sucesso.

O ministro de Estado para as Relações Exteriores dos Emirados, Anwar Gargash, ameaçou mais restrições, se necessário, e disse que o Catar precisa assumir compromissos "rígidos" com mudanças nas políticas de financiamento de militantes. O Catar nega veementemente que oferece tal apoio.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou partido na crise na terça-feira, elogiando a ação contra o Catar, mas conversou por telefonemais tarde com o rei Salman, da Arábia Saudita, e enfatizou a necessidade de união no Golfo.

O secretário da Defesa norte-americano, James Mattis, também conversou com seu homólogo catariano para expressar comprometimento com a segurança da região do Golfo. O Catar abriga 8 mil efetivos militares dos EUA em Al Udeid, a maior base aérea norte-americana no Oriente Médio e local de preparativos de ataques que lidera contra o grupo militante Estado Islâmico.

O emir do Kuwait também está tentando mediar a crise e se encontrou com o rei da Arábia Saudita na terça-feira.

Mas o isolamento do Catar dos outros poderosos Estados árabes só aumentou. O jornal Gulf News, sediado nos Emirados, e o canal pan-árabe Al-Arabiya relataram um recuo nas expressões de simpatia pelo Catar.

"Uma ação rigorosa e firme será adotada contra qualquer um que mostre simpatia ou qualquer forma de inclinação pelo Catar, ou contra qualquer um que objete à posição dos Emirados Árabes Unidos, seja por meio das redes sociais ou qualquer forma escrita, visual ou verbal", disse o Procurador-Geral dos Emirados, Hamad Saif al-Shamsi, segundo o Gulf News.

Além de uma possível pena de prisão, os infratores também podem ser sujeitos a uma multa de ao menos 500 mil dirhams, a moeda local, disse o diário, citando um comunicado à mídia de língua árabe.

Desde que a desavença diplomática emergiu, slogans contra e a favor do Catar vêm dominando o Twitter em árabe, uma plataforma muito usada no mundo árabe, particularmente na Arábia Saudita.

O Iêmen, o governo da Líbia sediado no leste do país, as Ilhas Maldivas e a Mauritânia também cortaram relações com o Catar, e a Jordânia reduziu sua representação diplomática e revogou a licença do canal catari Al Jazeera.

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