Em visita a Trump, Macron discute aumento das tensões comerciais na Europa
ÀS SETE - O presidente francês também planeja abordar a crise do acordo nuclear com o Irã e a questão Síria
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2018 às 06h56.
Última atualização em 23 de abril de 2018 às 07h21.
O presidente francês Emmanuel Macron chega nesta segunda-feira aos Estados Unidos, onde se encontra com o americano Donald Trump . Macron vai retribuir a visita que Trump o fez em julho do ano passado e tentar colocar em ordem assuntos que marcaram a gestão Trump desde então.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seçãoÀs Setee comece o dia bem informado:
- Com Intermédica e Hapvida, começam os IPOs de 2018
- Governo perde prazo e reforma trabalhista entra no limbo
- Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
Os dois devem discutir o aumento das tensões comerciais dos Estados Unidos com a Europa, que vieram com o aumento das tarifas sobre aço e alumínio, impostas por Trump mais cedo este ano. A crise do acordo nuclear com o Irã e a questão Síria também estarão na pauta.
Para tentar se aproximar de Trump e seu eleitorado, Macron concedeu uma entrevista à rede de TV Fox News antes de embarcar. A Fox News é um canal com grande apelo aos eleitores republicanos.
“Nós dois somos controversos. Creio que a eleição do presidente Trump foi inesperada para o seu país e provavelmente a minha eleição foi também inesperada no meu país. Nós não somos parte do sistema político clássico”, disse Macron.
Mas o francês traz sua própria agenda para Washington. Se no começo do mês Trump dizia que iria bater em retirada da Síria, Macron é tido como parte importante do processo de convencimento de bombardear o país em retaliação aos ataques com armas químicas, suspeitos de terem sido realizados pelo governo do ditador Bashar al-Assad.
“Nós temos que construir uma nova Síria após a guerra. E por isso eu acho que o papel dos Estados Unidos é tão importante”, disse Macron à entrevista. A ambição do europeu é falar com Trump nas mesmas linhas quanto ao acordo nuclear do Irã, que, segundo congressistas, pode chegar ao fim no mês de maio.
Macron é um dos poucos mandatários europeus que mantêm boas relações com Trump, principalmente depois que o chamou para participar da cerimônia do Dia Da Bastilha no ano passado.
Para ele, é melhor conversar com Trump do mantê-lo isolado. Amizades de conveniência, no jogo da política internacional, também contam.