Theresa May: "Nossa decisão de deixar a UE não foi uma rejeição a nossos amigos na Europa, com os quais temos interesses e valores comuns e tanto mais" (Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 16h38.
Davos- A primeira-ministra britânica, Theresa May, revelou sua visão para o Reino Unidos após o Brexit, nesta quinta-feira, descrevendo o futuro papel britânico como defensor do livre mercado e da globalização, em um discurso que teve como intenção aliviar preocupações entre a elite empresarial global.
Em sua primeira aparição no Fórum Econômico Mundial em Davos, onde a elite corporativa mundial se reúne em janeiro nos Alpes suíços, May repetiu que o Reino Unido se tornará mais global após votar para deixar a União Europeia.
Apenas dois dias depois de ter alertado a UE de que acordo nenhum era melhor do que um acordo ruim, a premiê buscou remendar os laços com o bloco e demonstrou à sua audiência, um misto de líderes empresariais e políticos, as vantagens de investimento no Reino Unido.
"Eu quero explicar como… o Reino Unido - um país que tem frequentemente estado na linha de frente de mudanças econômicas e sociais - vai assumir um novo papel de liderança como o defensor mais forte e ferrenho dos negócios, do mercado livre e do livre comércio em qualquer lugar do mundo", disse ela à sala lotada.
"Nossa decisão de deixar a UE não foi uma rejeição a nossos amigos na Europa, com os quais temos interesses e valores comuns e tanto mais. Não foi uma tentativa de se tornar mais distante deles, ou de cessar a cooperação que tem ajudado a manter nosso continente seguro e forte."
May disse que haveria períodos de incerteza após o Reino Unido acionar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa da União Europeia, para começar parte das negociações mais complicadas do país desde a Segunda Guerra Mundial, mas também falou de sua confiança no futuro.
Foi um tom mais conciliador do que o adotado em seu discurso na terça-feira, quando ela alertou que o Reino Unido poderia mudar seu modelo econômico se tivesse acesso restrito ao mercado comum europeu, ecoando comentários de seu ministro das Finanças de que o governo pode cortar impostos para manter a competitividade.