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Eleições municipais na Venezuela são esvaziadas por boicote da oposição

País realizou eleições municipais para escolher cerca de 2.500 vereadores no domingo, boicote e crise econômica mantiveram eleitores longe do pleito

Imagem de arquivo de venezuelanos em protesto: crise no país reflete em esvaziamento na eleição municipal, de domingo (Roman Camacho/NurPhoto/Getty Images)

Imagem de arquivo de venezuelanos em protesto: crise no país reflete em esvaziamento na eleição municipal, de domingo (Roman Camacho/NurPhoto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 10h41.

Caracas - A Venezuela realizou eleições municipais para escolher cerca de 2.500 vereadores no domingo, mas o principal partido de oposição boicotou a votação e a apatia generalizada manteve a maioria das pessoas em casa em um momento de crise econômica devastadora.

Em Caracas e outras cidades do país, muitas zonas eleitorais pareciam quase vazias e poucas tinham filas. Em entrevistas, venezuelanos disseram que preferiram aproveitar o dia para procurar alimentos e remédios escassos.

"As pessoas não têm motivação. A crise é uma surra diária", disse o parlamentar opositor Francisco Betancourt na cidade de Barinas, situada no planalto do centro-oeste da Venezuela.

A Venezuela atravessa o quinto ano de uma recessão que reduziu a economia à metade do tamanho e forçou 3 milhões de pessoas a emigrarem para fugir da hiperinflação e do crime desenfreado.

Os resultados finais da eleição de domingo são esperados ainda nesta segunda-feira ou na manhã de terça-feira, e o governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) deve predominar.

A principal coalizão de oposição também boicotou as eleições nacionais de maio, nas quais o presidente Nicolás Maduro venceu e que Estados Unidos, União Europeia e a maioria das outras nações latino-americanas consideraram uma fraude.

Maduro se diz vítima de um complô dirigido pelos EUA para depô-lo e atribui a crise a sanções impostas por Washington ao seu governo.

Até eleitores leais a Maduro se disseram insatisfeitos com seu manejo da crise. Johan Matheus, que tem 46 anos e trabalha na indústria petroleira em Maracaibo, disse estar votando para que "a revolução se consolide".

Mas ele acrescentou: "É necessário fazer mudanças, porque a situação econômica está feia".

Maduro apareceu na televisão estatal mais tarde no domingo para depositar seu voto em Caracas.

"Apesar das conspirações que vêm da Casa Branca para dividir nosso país, temos uma democracia forte", disse Maduro.

 

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