Eleições americanas: Obama entra na campanha para apoiar Biden
Obama vai participar de um comício democrata na Pensilvânia, enquanto Donald Trump prossegue em sua corrida frenética pelos Estados Unidos
AFP
Publicado em 21 de outubro de 2020 às 06h58.
Última atualização em 21 de outubro de 2020 às 08h20.
O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama entrará na campanha nesta quarta-feira na Pensilvânia ao participar de um comício em apoio a Joe Biden, acusado de permanecer em casa a menos de duas semanas das eleições , enquanto Donald Trump prossegue em sua corrida frenética pelo país.O republicano viaja a ritmo acelerado, enquanto o democrata apenas se movimenta: as estratégias dos candidatos são, mais do que nunca, radicalmente opostas.
Pelo segundo dia consecutivo, Joe Biden, de 77 anos e favorito nas pesquisas, não teve nenhum evento público na agenda na terça-feira, provavelmente para prosseguir com a preparação para o debate final desta semana.
O apoio de Barack Obama no estado chave da Pensilvânia gera expectativa, mas poucos detalhes foram divulgados. A única pista: acontecerá na forma de "comício de carros" na Filadélfia.
Considerado como potencialmente crucial para uma vitória em 3 de novembro, Trump venceu na Pensilvânia por pequena margem em 2016 e retornou ao estado na terça-feira à noite, após dois eventos de campanha na segunda-feira no Arizona.
"A única coisa que [Biden] faz é permanecer em casa", disse o republicano, 74 anos, na cidade de Erie. Ele tirou "cinco dias" de folga, exagerou para as risadas de seus seguidores, antes de chamar o rival mais uma vez de "político corrupto".
Em um revés para a campanha republicana, a primeira-dama Melania Trump, que iria acompanhar o marido na Pensilvânia, cancelou a viagem no último minuto devido a uma "tosse persistente". Seria sua primeira aparição na arena eleitoral em mais de um ano.
Diagnosticada com covid-19 em 1º de outubro, junto com seu marido, que afirma estar recuperado, a primeira-dama disse na semana passada que seu teste havia dado negativo. Segundo sua porta-voz, Stephanie Grisham, a visita à Pensilvânia foi cancelada "por excesso de cautela".
Debate tenso
Antes do último e decisivo debate na quinta-feira, Donald Trump voltou a enfatizar os ataques pessoais à integridade do adversário.
O tom do republicano, que teme ser um presidente de um mandato só, é mais agressivo do que nunca contra seu oponente.
O presidente insiste há várias semanas semanas, sem elementos concretos de apoio, que a família Biden é uma "empresa criminosa". Seu ângulo de ataque? Os negócios do filho de Biden, Hunter Biden, na Ucrânia e na China, quando seu pai era vice-presidente de Barack Obama (2009-2017).
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Nesse contexto, o último debate entre os dois candidatos, que acontece nesta quinta em Nashville, Tennessee, promete ser ainda mais tenso. O primeiro foi particularmente caótico, cheio de interrupções e golpes baixos.
"Não há nada justo neste debate", disse Trump, reiterando suas virulentas críticas à moderadora, a jornalista da NBC Kristen Welker, assim como à Comissão de Debates Presidenciais, a entidade independente responsável por sua organização.
Para evitar a cacofonia do primeiro duelo televisionado, a Comissão decidiu silenciar os microfones dos dois candidatos, quando não estiverem com a palavra.
"Eu vou participar, independente do que aconteça, mas é injusto", afirmou Trump.
O conservador mudará a tática do primeiro debate, durante o qual interrompeu constantemente seu rival democrata?
"Tem gente que diz que é preciso deixá-lo falar porque sempre termina perdendo o fio condutor", respondeu Trump, em alusão a Biden, após passar meses tentando mostrar seu adversário como um idoso senil.
Voto antecipado
Assim como fez em 2016, Trump se apresenta mais uma vez como um candidato que não pertence à classe política e que luta pelos americanos, longe das intrigas de Washington.
"Estou lutando contra o Partido Democrata, contra os veículos de notícias falsas (...) e agora contra os gigantes da tecnologia", afirmou.
Logo depois, o Departamento de Justiça e 11 estados americanos, a maioria republicanos, entraram com uma ação no tribunal federal de Washington acusando o Google de violações das leis de concorrência e pedindo mudanças "estruturais" na companhia.
Ao ser questionado sobre o acúmulo de pesquisas desfavoráveis, Trump se mostrou confiante, destacando sua capacidade de mobilizar grandes multidões em suas viagens pelo país.
"Nunca viram comícios de campanha com um amor igual e multidões assim", disse o presidente, que pretende viajar à Flórida, onde na segunda-feira teve início a votação antecipada.
Esta modalidade será acompanhada com especial atenção este ano, enquanto continua batendo recordes, o que provoca longas filas de espera em vários estados.
Quase 30 milhões de americanos já votaram em todo o país por correio ou pessoalmente, o que poderia representar quase 20% da participação total, segundo a organização independente Elections Project.