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Eleição em Taiwan deve reforçar distância de Pequim

Impulsionada pela onda de protestos pró-democracia em Hong Kong, os moradores devem reeleger o governo que defende a independência da ilha

Tsai Ing-Wen em campanha: favorita contra candidato que defende maior aproximação com Pequim  (Tyrone Siu/Reuters)

Tsai Ing-Wen em campanha: favorita contra candidato que defende maior aproximação com Pequim (Tyrone Siu/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2020 às 07h03.

Última atualização em 10 de janeiro de 2020 às 07h31.

São Paulo — Taiwan vai às urnas neste sábado, numa eleição que deve reavivar os debates sobre a influência chinesa sobre a ilha. Com 24 milhões de habitantes e sede de grandes companhias como a Foxconn, fabricante do iPhone, Taiwan tem governo independente desde 1949, mas é considerado por Pequim como parte integrante de seu território.

A cada vez que os taiwaneses votam, o debate sobre a mão invisível de Pequim retorna. Desta vez, ainda mais, impulsionada pela onda de protestos pró-democracia em outra ilha na zona de influência chinesa, Hong Kong. Taiwan se orgulha de sua política social avançada, e a maior parte da população deseja manter este status — ano passado, por exemplo, o país foi o primeiro da Ásia a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Segundo as últimas pesquisas de intenção de votos, a atual presidente, Tsai Ing-Wen, do Partido Progressista Democrático, é a favorita para vencer o pleito. Seu principal adversário é Han Kuo-yu, prefeito da segunda maior cidade da ilha, Kaohsiung, defensor de políticas mais aliadas ao governo chinês de Xi Jinping.

Tsai Ing-Wen ganhou popularidade nos últimos quatro anos por manter postura de independência à China mesmo num cenário de maior pressão de Xi Jinping, que consolidou o controle do partido comunista, e pressiona para que a ilha, assim como Hong Kong, se una a Pequim sob o lema de “um país, dois sistemas”, o que garantiria, em tese, a manutenção de mais liberdade para seus moradores.

Mas o recente levante dos jovens de Hong Kong, iniciado após o governo local tentar aprovar uma lei que permitiria extradição de opositores para a China, tem ajudado a atual presidente. Pesquisas mostram que 90% da população rejeita uma unificação total. Tsai Ing-Wen chegou a comprar armamento americano, no ano passado, na esteira de ameaças militares veladas de Pequim.

Quando se trata das relações geopolíticas chinesas, nada é explícito — tudo está, sempre, no campo das aparências. Ao que tudo indica, os taiwaneses devem mostrar, explicitamente, que estão bem como estão: perto da China, mas a seguros 180 quilômetros de distância do regime cada vez mais centralizador de Xi Jinping.

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