Egito lembra amanhã os dois anos de sua revolução
Dezesseis partidos e movimentos opositores não islamitas convocaram para esta sexta-feira quatro passeatas
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 15h29.
Cairo - O Egito lembrará amanhã com uma grande manifestação na Praça Tahrir, e no meio de uma grande polarização, o segundo aniversário do início da revolução que em 18 dias acabou com três décadas do regime de Hosni Mubarak.
Dezesseis partidos e movimentos opositores não islamitas convocaram para esta sexta-feira quatro passeatas, que sairão do distrito de Shubra, da praça Ramses e dos bairros de Imbaba e Maadi, no Cairo , em direção à emblemática Tahrir, epicentro da revolução.
Mais que uma celebração, estas manifestações terão um caráter reivindicativo, já que os participantes querem insistir nos objetivos da revolução e protestar contra "a pobreza, a alta de preços, a insegurança e a má administração".
Entre os organizadores estão o Partido da Constituição, do vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei; a Corrente Popular Egípcia, do esquerdista Hamdin Sabahi; o Partido Egípcios Livres; o Wafd; os nasseristas; os socialistas e os movimentos Kefaya e Jovens do 6 de abril.
Dois anos depois da revolução, o Egito deixou de estar governado por uma ditadura e vive agora em uma democracia cambaleante dirigida pelos islamitas, os arquiinimigos de Mubarak, que triunfaram nas primeiras eleições democráticas do país, tanto as parlamentares como as presidenciais.
No entanto, nem tudo foi um mar de rosas para a Irmandade Muçulmana e seu braço político, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), e para o presidente do país, Mohammed Mursi, que foi líder do PLJ até sua vitória no pleito.
A maltratada economia, a ausência de consenso político sobre a nova Constituição e várias decisões polêmicas de Mursi, como a emissão de um decreto em novembro para blindar seus poderes perante a Justiça até a aprovação da Carta Magna, puseram em pé de guerra os não islamitas.
"O que aconteceu nos últimos meses foi uma destruição do Estado e de suas instituições", afirmou à Agência Efe o dirigente do Partido da Constituição, Emad Abu Ghazi, porta-voz da Frente de Salvação Nacional (FSN), a principal aliança opositora.
Os islamitas, por sua parte, se recusam a entrar em confronto direto amanhã, por causa do aniversário da revolução, e não organizaram atos públicos.
"Não vamos fazer nada, o único que temos é uma iniciativa para o bem do Egito", disse lacônico um dos porta-vozes do PLJ, Ahmed Subaya, à Efe, sem dar mais detalhes.
Isto não significa que a Irmandade Muçulmana não responda às críticas de seus adversários, aos quais acusa de fazer uma oposição "antidemocrática".
"A oposição cometeu um grave erro ao recorrer à mentira e à desinformação, e quando empregou métodos antidemocráticos para mudar as coisas", declarou o secretário-geral do partido, Mahmoud Hussein, em entrevista publicada hoje na versão em inglês do jornal estatal "Al-Ahram".
Além disso, Hussein negou categoricamente que a Irmandade influa nas decisões de Mursi, como seus rivais asseguram, e ressaltou que a presidência é "independente".
Enquanto a disputa política não poderia estar mais inflamada, muitos temem uma explosão de violência neste fim de semana.
Desde ontem à noite, alguns jovens tentam derrubar um muro que isola o Parlamento e a sede do Conselho de Ministros da Praça Tahrir, onde permanece um acampamento da oposição desde dezembro passado, ao que a Polícia respondeu com gás lacrimogêneo.
Os temores a uma hipotética explosão de violência foram alimentados também pelas ameaças lançadas pelos torcedores do clube cairota Al Ahly, irados pelo adiamento da sentença no julgamento pela morte de 74 pessoas em fevereiro do ano passado no massacre do estádio de Port Said.
A decisão judicial estava prevista para o próximo sábado, mas foi adiada pela descoberta de novos indícios, mas ainda assim está prevista uma sessão do julgamento para esse dia, motivo pelo qual os torcedores já lançaram duras ameaças.
Cairo - O Egito lembrará amanhã com uma grande manifestação na Praça Tahrir, e no meio de uma grande polarização, o segundo aniversário do início da revolução que em 18 dias acabou com três décadas do regime de Hosni Mubarak.
Dezesseis partidos e movimentos opositores não islamitas convocaram para esta sexta-feira quatro passeatas, que sairão do distrito de Shubra, da praça Ramses e dos bairros de Imbaba e Maadi, no Cairo , em direção à emblemática Tahrir, epicentro da revolução.
Mais que uma celebração, estas manifestações terão um caráter reivindicativo, já que os participantes querem insistir nos objetivos da revolução e protestar contra "a pobreza, a alta de preços, a insegurança e a má administração".
Entre os organizadores estão o Partido da Constituição, do vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei; a Corrente Popular Egípcia, do esquerdista Hamdin Sabahi; o Partido Egípcios Livres; o Wafd; os nasseristas; os socialistas e os movimentos Kefaya e Jovens do 6 de abril.
Dois anos depois da revolução, o Egito deixou de estar governado por uma ditadura e vive agora em uma democracia cambaleante dirigida pelos islamitas, os arquiinimigos de Mubarak, que triunfaram nas primeiras eleições democráticas do país, tanto as parlamentares como as presidenciais.
No entanto, nem tudo foi um mar de rosas para a Irmandade Muçulmana e seu braço político, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), e para o presidente do país, Mohammed Mursi, que foi líder do PLJ até sua vitória no pleito.
A maltratada economia, a ausência de consenso político sobre a nova Constituição e várias decisões polêmicas de Mursi, como a emissão de um decreto em novembro para blindar seus poderes perante a Justiça até a aprovação da Carta Magna, puseram em pé de guerra os não islamitas.
"O que aconteceu nos últimos meses foi uma destruição do Estado e de suas instituições", afirmou à Agência Efe o dirigente do Partido da Constituição, Emad Abu Ghazi, porta-voz da Frente de Salvação Nacional (FSN), a principal aliança opositora.
Os islamitas, por sua parte, se recusam a entrar em confronto direto amanhã, por causa do aniversário da revolução, e não organizaram atos públicos.
"Não vamos fazer nada, o único que temos é uma iniciativa para o bem do Egito", disse lacônico um dos porta-vozes do PLJ, Ahmed Subaya, à Efe, sem dar mais detalhes.
Isto não significa que a Irmandade Muçulmana não responda às críticas de seus adversários, aos quais acusa de fazer uma oposição "antidemocrática".
"A oposição cometeu um grave erro ao recorrer à mentira e à desinformação, e quando empregou métodos antidemocráticos para mudar as coisas", declarou o secretário-geral do partido, Mahmoud Hussein, em entrevista publicada hoje na versão em inglês do jornal estatal "Al-Ahram".
Além disso, Hussein negou categoricamente que a Irmandade influa nas decisões de Mursi, como seus rivais asseguram, e ressaltou que a presidência é "independente".
Enquanto a disputa política não poderia estar mais inflamada, muitos temem uma explosão de violência neste fim de semana.
Desde ontem à noite, alguns jovens tentam derrubar um muro que isola o Parlamento e a sede do Conselho de Ministros da Praça Tahrir, onde permanece um acampamento da oposição desde dezembro passado, ao que a Polícia respondeu com gás lacrimogêneo.
Os temores a uma hipotética explosão de violência foram alimentados também pelas ameaças lançadas pelos torcedores do clube cairota Al Ahly, irados pelo adiamento da sentença no julgamento pela morte de 74 pessoas em fevereiro do ano passado no massacre do estádio de Port Said.
A decisão judicial estava prevista para o próximo sábado, mas foi adiada pela descoberta de novos indícios, mas ainda assim está prevista uma sessão do julgamento para esse dia, motivo pelo qual os torcedores já lançaram duras ameaças.